Equipe do Ministério Público Federal (MPF) visitou a Terra Indígena Mãe Maria, do povo Gavião Akratikatejê, em  Bom Jesus do Tocantins, no sudeste do Pará, para ouvir as demandas da comunidade depois que um incêndio destruiu nessa quinta-feira (1º) uma das aldeias do território, a Hõprore, onde moravam 30 pessoas. 

Ninguém se feriu, mas as 12 casas da aldeia, a escola e o posto de saúde foram consumidos pelo fogo. O Corpo de Bombeiros investiga as causas do incêndio e o procurador da República Luis Eduardo Araújo esteve na comunidade para discutir ações preventivas.

O MPF já tinha um procedimento voltado à prevenção de incêndios na Mãe Maria e a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) chegaram a treinar indígenas para combater o fogo. 

Ninguém se feriu, mas as 12 casas da aldeia, a escola e o posto de saúde foram consumidos pelo fogo
📷 Ninguém se feriu, mas as 12 casas da aldeia, a escola e o posto de saúde foram consumidos pelo fogo |Divulgação MPF

Agora, os indígenas, inclusive o cacique da aldeia destruída, pediram auxílio para criar uma brigada de incêndio permanente, que seria formada por 60 indígenas e vai necessitar de equipamentos. No período do verão amazônico – de junho a novembro – queimadas criminosas costumam se alastrar pela região.

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De acordo com os indígenas, o governo do Pará prometeu ajudar na reconstrução da aldeia incendiada, mas a comunidade pede doações para apoiar o trabalho (veja como ajudar logo abaixo). 

Na visita desta sexta-feira (2), o MPF constatou que é preciso reforçar as medidas de prevenção e vai convocar outros órgãos de estado – como a Funai, a Eletronorte e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) – para apoiar o trabalho.

Ministério Público Federal se reuniu com os indígenas da aldeia que pegou fogo
📷 Ministério Público Federal se reuniu com os indígenas da aldeia que pegou fogo |Divulgação MPF

A terra indígena Mãe Maria abriga uma das últimas porções de floresta preservada na região sudeste do Pará e é atravessada por diversos empreendimentos que impactam a vida dos moradores.

Há um linhão da Eletronorte, uma rodovia federal e a estrada de ferro Carajás, operada pela Vale, que transporta minérios até o porto de Itaqui, no Maranhão. A ferrovia está sendo licenciada para duplicação, com a confecção de estudos de impacto sobre as comunidades indígenas. O MPF acompanha também esse licenciamento.

Para doações financeiras:

• conta corrente no Banco do Brasil nº 111978-8 - agência 565-7 - Associação Indígena Itekjerijejakry Gavião

• pix chave telefone (94) 99135-6450 - cacique Npotomanti Lopes Valdenilson

• pix chave telefone (94) 99227-4007 - liderança David Kakoktyire Valdenilson de Souza

MPF constatou que é preciso reforçar as medidas de prevenção e vai convocar outros órgãos para apoiar o trabalho Foto: Divulgação MPF

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