A empresa Transporte Coletivo Anápolis (TCA), que reinou soberanamente no transporte público em Anápolis (GO), durante meio século, saiu de Marabá após dez anos de prestação de serviços do transporte público.

Iniciou as atividades na cidade em 2013 e deixou o contrato em Marabá dia 16 de fevereiro de 2020. Solicitou a saída por conta do desequilíbrio econômico, por conta da pandemia da Covid-19, a ponto de estar em recuperação judicial. E mais, deixou para trás, um rastro de dívidas da ordem de R$ 7 milhões para aproximadamente 220 trabalhadores.

Visando ressarcir estes trabalhadores, o Sindicato da categoria pediu e a Justiça trabalhista de Marabá concedeu o bloqueio de um imóvel em Goiânia a fim de que seja leiloada para honrar os compromissos com os trabalhadores o que ainda não foi possível honrar esse compromisso.

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Contudo, uma situação está chamando a atenção que é a completa destruição da frota de ônibus que estava parada na garagem da empresa, situada na Folha 33, Nova Marabá, sem que nenhuma justificativa fosse dada aos antigos funcionários.

A maioria desses ônibus virou sucata e de acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Sul e Sudeste do Pará Geraldo Dean, os veículos perderam valor de mercado e que não seria suficiente para quitar a dívida trabalhista.

Capenga

Atualmente o sistema do transporte público de Marabá conta com apenas 17 ônibus circulando diariamente. Recebem até R$ 200 mil mensalmente a título de subsídio referente àquelas pessoas que têm direito de transitar gratuitamente. Esse dinheiro é repassado pelo município.

E somente por conta desse subsídio, a empresa consegue manter o gráfico da viabilidade econômica com muita dificuldade já que nos últimos anos perdem mercado ante a outros modais de transporte, segundo Geraldo Dean.

O outro lado

Desidério João Martins, gerente da empresa TCA, explicou que a garagem está limpando o terreno para que o imóvel seja colocado à venda e assim a empresa possa honrar o compromisso trabalhista.

A respeito da venda dos ônibus, se deu por conta da depreciação dos veículos e também para cessa o pagamento tributos como o licenciamento anual e por esse motivo a venda foi realizada a uma recicladora de Marabá.

“É nossa prioridade honrar os pagamentos dos trabalhistas”, argumenta, João Martins, por esse motivo a empresa vendeu os veículos e em seguida o terreno deve ser vendido e a renda usada para pagar os direitos trabalhistas”, reafirma.

TRANSPORTE COLETIVO EM MARABÁ COMEÇOU COM VIAÇÃO CAPOTA

O pecuarista Geraldo Capota teve a iniciativa de criar uma empresa de transporte coletivo em Marabá, a Viação Capota que teve início em 1980 e durou até 1988. A sede era na rua Miguel David, bairro Novo Horizonte.

O curioso é que naquele tempo circulavam pelo menos 20 ônibus diariamente. Outro detalhe, ruas precárias e ocorriam diversos atolamentos e quebras dos veículos.

Informando da quantidade de ônibus que circula atualmente, Geraldo Capota deu risada e completou: “Caiu muito”, ironizou dizendo que esse setor é bastante dispendioso, por esse motivo vendeu a empresa para um empresário de Brasília, e este, por sua vez, vendeu a empresa para o grupo Viação Assa Branca que em seguida se transformou em Viação Cidade Nova.

Em 2013, assumiu o transporte coletivo a empresa TCA até que em 2020 fechou as portas, sendo que a empresa Nasson Tur explora o transporte coletivo e conta com 17 ônibus circulando. (Com apoio de Edinaldo Sousa)

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