O governador do Estado do Pará, Helder Barbalho (MDB), anunciou nesta terça-feira (19) o lançamento do primeiro edital de concessão para a restauração florestal no Estado. A medida terá a parceria da iniciativa privada, e pretende restaurar uma área de 11 mil hectares em São Félix do Xingu, município do sudeste paraense. O anúncio foi feito em Nova Iorque, onde ele participa da programação anual “Climate Week NYC”.

“É muito simbólica essa primeira concessão porque é uma área grilada, de proteção ambiental, e em um dos territórios de maior conflito florestal do Pará, que é o município de São Félix do Xingu, o que mais emitiu gases de efeito estufa”, informou o governador durante o painel “Negócios Para a Natureza”, que integra a programação anual promovida pela ONG Climate Group, cujo objetivo é propor ações de curto prazo para reduzir os impactos no clima.

“Nós recuperamos essa área, reestabelecemos o domínio, fizemos o estudo do bioma e estamos nos estruturando para fazer a primeira concessão de restauro”, declarou.

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Ainda no evento, Helder Barbalho ressaltou que os estados subnacionais têm um papel decisivo na retomada da agenda de sustentabilidade do Brasil, reafirmando o protagonismo conquistado nos últimos anos, especialmente pelo Pará. “Temos a missão de entregar, até 2025, um cenário que não dialogue com nenhuma irregularidade ambiental, algo absolutamente inegociável para nós. O Brasil precisa chegar em 2025 com um cenário melhor, e os números nos mostram que é possível alcançar, a exemplo das constantes reduções do desmatamento, que têm sido bastante significativas. 

O Pará, no último mês de agosto, reduziu os alertas de desmatamento em 70%, e já nos primeiros dias de setembro em 78%, em comparação ao mesmo período do ano anterior, caminhando para fechar o ano de 2023 com uma importante entrega nessa agenda”, reiterou o governador.

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Redução e restauração

Ele voltou a enfatizar a necessidade de garantir a transição do uso do solo com um novo modelo econômico para a Amazônia, que pode surgir do cenário proporcionado pela COP 30 (conferência mundial sobre o clima) em Belém e da agenda de sustentabilidade. “Floresta viva, que consiste em biodiversidade e em bioeconomia, deve ser vista dentro da lógica das concessões florestais, de restauro. Não é possível imaginar que somente com a redução do desmatamento será possível zerar as nossas emissões. Portanto, a urgência posta é de redução de desmatamento e também de restauração das áreas antropizadas (já modificadas pela ação do homem)”, reiterou. 

Helder Barbalho voltou a enfatizar a necessidade de garantir a transição do uso do solo com um novo modelo econômico para a Amazônia
📷 Helder Barbalho voltou a enfatizar a necessidade de garantir a transição do uso do solo com um novo modelo econômico para a Amazônia |Divulgação

Outro ponto destacado pelo governador do Pará foi a meta de restauração florestal do Estado: até 2030 restaurar 5,65 milhões de hectares. “O grande diferencial é que o poder público está promovendo a restauração e fazendo um chamamento para a iniciativa privada, garantindo condições para que isso possa ser feito”, frisou.

COP 28

Helder Barbalho também participou de reunião com o comitê diretivo da 28ª Conferência das Partes (COP 28), que será realizada nos Emirados Árabes no final deste ano. Ele novamente destacou o esforço do Governo do Pará em implementar uma política voltada para a agricultura regenerativa, que consiste na recuperação do solo e manutenção de todo o sistema de produção de alimentos agrícolas, incluindo comunidades rurais. O Pará é o único estado brasileiro membro do comitê.

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“Queremos chegar até a COP 30, em 2025, entregando as ambições de agricultura regenerativa da maior floresta tropical do planeta, para convergir com a agenda proposta das urgências climáticas. Temos o Fundo Amazônia Oriental, que está estruturado para prosseguir no diálogo dentro das iniciativas voltadas para a agricultura regenerativa da floresta em pé”, informou o governador. 

COP 30

Ele também se reuniu com representantes da Bloomberg Philanthropies, organização internacional que tem experiência em promoção e organização da Conferência das Partes (COP). “Tratamos de uma possibilidade de parceria da Bloomberg Philanthropies, na pessoa do fundador da entidade, Michael Bloomberg, com o Estado do Pará nos preparativos para a COP 30. A Bloomberg já foi patrocinadora de várias COPs, organizou diversos eventos sobre finanças, comunicações e outros temas. O que eles estão oferecendo para nós nessa carteira de apoios em comunicação é a divulgação e a organização, para que isso possa ser aplicado na COP em Belém. Agora, o próximo passo é fazer reuniões com os times específicos, para que possamos estabelecer qual a parceria que vamos construir”, finalizou o governador.

A medida terá a parceria da iniciativa privada, e pretende restaurar uma área de 11 mil hectares em São Félix do Xingu Foto: Bruno Cecim/Ag. Pará

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