Nesta sexta-feira (19), acontecerá uma grande manifestação contra a Eletronorte, em Tucuruí, sudeste do Pará. Chamada de “Grande Barqueata”, o protesto que visa cobrar direitos negados pela empresa a ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, pescadores e desapropriada pela construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí deve reunir cerca de cinco mil pessoas em três pontos na cidade, porto do km 11, túnel de acesso a Usina Hidrelétrica e Matinha/Eclusa 2.

O protesto reunirá caravanas de Itupiranga, Tucuruí, Cametá, Baião, Mocajuba, Abaetetuba, Breu Branco, Goianésia do Pará, Jacundá, Tailândia, Nova Ipixuna, Igarapé Miri, Limoeiro do Ajuru, Novo Repartimento e Barcarena. A maioria deles impactados pela construção da Usina Hidrelétrica Tucuruí.

A manifestação está sendo organizada pelo movimento social dos Ribeirinhos do Pará do Alto e Baixo Rio Tocantins e organizações sociais da região do Lago de Tucuruí e Baixo Tocantins como a Associação das Populações Organizadas Vítimas das Obras do Rio Tocantins e Adjacências – APOVO, e Instituto dos Ribeirinhos do Pará – IRPA.

Conforme declarou Ademar Ribeiro, líder da APOVO, o objetivo é cobrar da Eletronorte direitos que estão sendo negados há mais de 30 anos para mais de 80 mil famílias de comunidades tradicionais, desapropriados e impactados pelo grande projeto de desenvolvimento econômico já instalados na região, como a usina hidrelétrica e as Eclusas de Tucuruí.

Ademar informou que a manifestação será pacífica, mas os envolvidos serão enfáticos na cobrança dos direitos das famílias impactadas da região. "Não descartamos uma ação de fechamento de rodovias. Vai depender da Eletronorte em dar atenção e atender às nossas solicitações", explica o líder do movimento.

Demandas 

A Associação das Populações Organizadas Vítima de Obras no Rio Tocantins e Adjacência – APOVO cobra uma reunião com a Diretoria Geral da Eletrobras Eletronorte para avançar no atendimento às demandas.

Dentre as reivindicações estão: a reparação nos processos indenizatórios das famílias impactadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, já que segundo eles, aproximadamente 3.500 famílias ainda buscam o direito de receberem partes de suas terras que ficaram pendentes das desapropriações.

Um dos pontos principais é a revisão nas indenizações das famílias impactadas pelo aumento da cota 72metros para 74metros, sendo que a Eletronorte indenizou em 2002, mas o nível das águas só alcançou a cota 74m anos depois, o que causou grandes prejuízos nas plantações das famílias que moram nas ilhas. 

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Conforme as lideranças, todas estas questões já foram colocadas na pauta de demandas já encaminhada para a direção da empresa em Brasília e as conversações ainda não avançaram. "Essa mobilização também é para forçar a empresa a receber as lideranças para que sejam colocadas as nossas carências e também cobrados os nossos direitos", disse Ademar.

O protesto reunirá caravanas de várias cidades do Pará Foto: Reprodução

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