Uma descoberta inusitada tem chamado a atenção da comunidade científica. Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, identificaram um caso de trifalia em um idoso de 78 anos durante a dissecação de seu corpo. Essa condição congênita, extremamente rara, é caracterizada pela presença de três pênis.

Externamente, os órgãos genitais do homem pareciam normais. No entanto, exames detalhados revelaram dois pênis adicionais “sobrepostos” na região interna da virilha. O achado torna o homem a segunda pessoa documentada no mundo com essa anomalia. O caso foi publicado no Journal of Medical Case Reports em 9 de outubro.

Detalhes do caso

Conforme o artigo científico, o homem tinha três hastes penianas distintas. Casos de difalia (dois pênis) já foram registrados na literatura médica, mas trifalia havia sido relatada apenas uma vez, envolvendo uma criança de três meses.

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No caso do idoso, os dois pênis adicionais estavam escondidos no saco escrotal, o que explica por que a condição não foi detectada enquanto ele estava vivo. Devido às políticas locais de privacidade, a identidade do doador e seu histórico médico não foram divulgados, limitando o acesso a mais informações.

O homem, de 1,80 m de altura, era branco, e acredita-se que ele poderia ter sofrido de infecções urinárias, disfunção erétil ou problemas de fertilidade devido à condição. No entanto, não há registros que confirmem essas hipóteses.

Explicação médica

Os pesquisadores sugerem que a trifalia ocorreu devido a uma triplicação do tubérculo genital, estrutura precursora dos órgãos genitais. Esse processo é controlado pelo hormônio dihidrotestosterona. Anomalias nos receptores andrógenos podem ter causado a formação incompleta dos genitais, resultando em múltiplos pênis.

A uretra do paciente, por exemplo, começou a se desenvolver em um dos pênis secundários, mas acabou redirecionada para o pênis principal, conforme descreveram os pesquisadores no artigo.

Apesar da raridade e complexidade da condição, não é possível garantir que o defeito tenha passado despercebido em vida. Os cientistas sugerem que, caso tenha sido notado, ele pode ter sido deixado sem intervenção por ser benigno e não apresentar sintomas graves.

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