A Globo enfrentou uma grave situação financeira com a Cubavisión, emissora estatal de Cuba, após a TV caribenha deixar de pagar pelos direitos de exibição das novelas. A crise ameaçou interromper uma parceria histórica de mais de quatro décadas, mas a reação do público cubano, fiel às produções brasileiras, foi decisiva para reverter o cenário.
Segundo o site NaTelinha, a dívida da Cubavisión se acumulou por meses e levou o canal a anunciar a série Pedaço de Mim (2024), da Netflix, como substituta de Um Lugar ao Sol, exibida na ilha sob o título Vidas Ajenas. O anúncio causou revolta entre os telespectadores, que passaram a pressionar a emissora através de canais de comunicação e redes sociais.
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O sucesso das novelas da Globo em Cuba é histórico. Desde A Escrava Isaura (1976), as produções brasileiras conquistaram o público da ilha. A versão original de Vale Tudo (1988) influenciou até a cultura local, com restaurantes particulares chegaram a se chamar Paladar, em referência ao estabelecimento criado pela personagem Raquel, interpretada por Regina Duarte.
O valor da dívida da emissora estatal não foi divulgado, mas é considerado significativo para os padrões do canal cubano. Contudo, sob pressão da opinião pública, a Cubavisión renegociou o débito com a Globo. Como resultado, escalou Terra e Paixão (2023–2024) para o horário nobre, decisão influenciada pela popularidade de Cauã Reymond, protagonista também de Um Lugar ao Sol.
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Atualmente, a TV estatal cubana enfrenta ainda uma crise econômica e adotou também outras medidas de economia, com os folhetins sendo exibidos apenas três vezes por semana, às terças, quintas e sábados. Além disso, o canal sofre com problemas técnicos, como falhas em transmissores analógicos e interrupções no sinal HD.
Questionada sobre a situação, a Globo destacou a relação histórica com Cuba. “A expectativa é que essa parceria se mantenha nos próximos anos. O povo cubano é apaixonado por novelas e a relação da Globo com a Cubavisión é muito longeva”, informou a assessoria.