Na última sexta-feira (29), o Governo do Estado publicou a Lei N° 10.088, que declara como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará a obra musical da artista Dona Onete. A cantora e compositora é considerada um expoente de ritmos paraenses, como o carimbó, levando-os a palcos nacionais e internacionais. A proposta de lei foi apresentada pelo deputado Elias Santiago e aprovada com unanimidade pelos parlamentares da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa).
LEIA TAMBÉM:
- Ocupação Dona Onete leva cultura do Pará ao Rio de Janeiro
- Paula Giordano vence prêmio Portfólio FotoDoc
Conhecida como “Rainha do Carimbó Chamegado”, Dona Onete iniciou a carreira artística após os 60 anos com o álbum “Feitiço Cabloco” , lançado em 2012, que agrega algumas das mais de 300 composições da artista. Construiu uma trajetória marcante como mulher forte e independente, se dedicou ao ofício de professora de História e Estudos Paraenses durante 25 anos. Também atuou como secretária de Cultura de Igarapé-Miri, na década de 1990, período em que fez contribuições importantes para as ações culturais da região.
Quer mais informações sobre entretenimento? Acesse o nosso canal no WhatsApp
Participou de importantes grupos folclóricos como o Raízes do Cafezal e do grupo pop com raízes regionais Coletivo Rádio Cipó. No cinema, interpretou uma cantadora de carimbó no filme “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios”, estrelado por Camila Pitanga. Foi uma das estrelas da série de espetáculos “Terruá Pará”, promovidos pelo Governo do Estado, contando com expoentes de todas as vertentes da música local.
Com quatro álbuns gravados e diversos singles, ela reúne sucessos que retratam o Pará e celebram os ritmos do estado, como “No Meio do Pitiú” e “Carimbó Chamegado”. O reconhecimento internacional resultou em turnê pela Europa, passando por países como Portugal, França, Inglaterra e Finlândia. A cantora também fez parcerias com outros grandes nomes da música paraense como Fafá de Belém, Gaby Amarantos e Aíla. Sua parceria com Daniela Mercury, quando a baiana gravou a canção “Banzeiro”, foi um sucesso do carnaval de 2018 e se mantém relevante até hoje.
“A obra de Dona Onete transcende a própria música e se espraia para outros campos simbólicos da cultura, como a literatura, a dança, a gastronomia e a cultura popular. É uma poética encharcada de nosso imaginário, de nossas crenças e de um modo de ser do paraense: irreverente, sincrético, dançante e apaixonado por seu lugar. Esse reconhecimento da obra de Dona Onete como Patrimônio Cultural Imaterial do Pará amplia sua dimensão e importância para dentro da política pública, reforçando o empenho do Estado com ações de valorização e fruição de sua obra”, aponta a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal.