Dois sem-terra mortos e quatro presos, além de diversas armas e munições apreendidas. Este foi o resultado da operação Status Fortes, realizada nesta sexta-feira (11) dentro da fazenda Mutamba, zona rural de Marabá, no sudeste paraense.
A ação faz parte da resposta do Estado às constantes ações de invasão, queimadas, mortes de gados, desmatamentos de áreas de preservação e outros crimes cometidos pelos invasores dentro da fazenda.
A propriedade é remanescente do Polígno dos Castanhais e atualmente está sendo administrada pelo inventariante Sérgio Mutran. Neste momento ele se recupera de uma cirurgia de rins em São Paulo.
A operação foi conduzida pelos delegados Antonio Mororó e Vannir Fernandes e tinha como objetivo cumprir três mandados de prisão preventiva contra líderes sem-terra e dezoito mandados de busca e apreensão, visando desarmar sem-terra.
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Contudo, pelas poucas palavras do delegado Vannir Fernandes, assim que os policiais chegaram à área foram recebidos a tiros e para repelir a injusta agressão, revidaram. Dessa troca de tiros resultou na morte de dois sem-terra: Edson Ferreira de Silva 44 anos e outro de prenome Adão.
Os corpos foram encaminhados e necropsiados ainda na tarde desta sexta-feira e aguardam parentes próximos para identificar e resgatar para os ritos fúnebres.
Quanto aos quatro sem-terra, a Polícia não liberou as respectivas identificações, pois ainda estavam ouvindo-os acerca dos fatos.
A reportagem apurou que a Polícia, dois dias antes desta operação, foi recebida a tiros, inclusive os sem-terra presos nesta sexta-feira, confirmaram à Polícia que tinham conhecimento que se tratavam de policiais que estavam rondando área.
Os quatros, segundo o delegado Vannir Fernandes, devem ser autuados por formação de bando, ou quadrilha, porte ilegal de armas, tentativa de homicídio contra os policiais, além de esbulho e turbação.
A operação Status Forte deve ter novos desdobramentos, uma vez que em tese, os policiais não conseguiram cumprir os mandados expedidos pela Justiça de Marabá.
Participaram dessa operação a Delegacia de Conflitos Agrários, Deca de Marabá, Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais - Core de Marabá e Belém além de agentes da Semas e Graesp.
Os advogados Israel Lima Ribeiro, José Rodrigues, foram designados pela OAB sub-seção Marabá, assim como os advogados José Batista Afonso, da CPT, estão acompanhando os desdobramentos dessa operação e só devem se pronunciar após ter maiores informações.
Os sem-terra presos devem ser conduzidos para o Sistema Prisional, assim como os objetos apreendidos devem ser catalogados e encaminhados para as respectivas perícias. (Com apoio de Edinaldo Sousa)