É um duelo entre times que atravessam momentos opostos. O Águia vem de uma classificação brilhante frente ao Coritiba, na quinta-feira (22), garantindo vaga na segunda fase da Copa do Brasil. O Remo foi eliminado da mesma competição pelo azarão Porto Velho, na terça-feira (20).

Tem tudo para ser um jogo bem interessante. O Remo mergulhou em crise depois do tropeço na capital rondoniense, e nem era para menos. Depois de três anos consecutivos chegando à terceira fase da Copa do Brasil, faturando bom dinheiro com isso, o vexame atual fica difícil de explicar.

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Num gesto que surpreendeu a meio mundo, a diretoria optou por manter o técnico Ricardo Catalá, responsabilizado pela torcida pelo insucesso do time. O voto de confiança concedido pelo clube tem prazo de validade curto. Vai até hoje.

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Explicando melhor: caso ocorra um novo revés, desta feita pelo Campeonato Paraense, não haverá força no universo capaz de impedir a saída do treinador. Por mais que o período de trabalho seja de apenas um mês e meio, os dirigentes terão que se curvar à insatisfação da torcida.

Times de massa têm esse perfil desafiador. A massa torcedora costuma ter mais força que a diretoria, embora não se dê conta disso. Na tradição de cobrança por resultados que reina no futebol brasileiro, a pressão popular costuma ser irresistível.

Para a partida de hoje (17h), com mudanças pontuais na escalação – Ícaro na zaga e, provavelmente, Jaderson no meio-campo –, o Remo terá que superar o clima de desconfiança e tensão gerado pelo ocorrido em Porto Velho. É fundamental mostrar evolução técnica e mais organização em campo.

O problema é que do outro lado estará o atual campeão paraense, devidamente turbinado pela atuação contra o Coritiba e pela reação dentro do certame estadual depois do retorno do técnico Mathaus Sodré.

Para vencer Axel Lopes (à dir.) e seus confiantes companheiros, o Remo tem boas armas ofensivas. A principal é Marco Antônio (à esq.), que tem sobrevivido à sequência de jogos chinfrins do time. Outra é Jaderson, um meia que atua pelos lados, mas que sabe atuar na faixa central.

Vale dizer que o último confronto entre Leão e Águia no Baenão, em 2023, terminou em frustração azulina e festa marabaense pela conquista do inédito título estadual, após disputa em cobrança de penalidades.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A sétima rodada do Campeonato Paraense é a pauta principal da noite. Edição de Lourdes Cezar.

Beira do gramado não é para todos os técnicos

A ausência de Hélio dos Anjos nos jogos do PSC na Copa Verde e Copa do Brasil – e, possivelmente, na Série B – abre um pequeno debate sobre a importância do técnico à beira do gramado. Rigorosamente, isso não significa grande coisa para o desfecho de uma partida, mas algumas situações podem exigir a presença de um técnico mais participativo.

Hélio tem esse perfil, razão de muitos elogios e de algumas críticas, principalmente por caminhar por uma trilha muito tênue. Entusiasmado, passa facilmente do ponto no afã de defender seu time ou reclamar da arbitragem. Por ironia, essa característica de engajamento nas partidas é a razão da presente punição – nove partidas.

Quando esse assunto veio à baila no programa “Linha de Passe”, da Rádio Clube, na quarta-feira, um ouvinte lembrou de um técnico que era o oposto de Hélio. O gigante Paulo Amaral não gostava de acompanhar os jogos junto à linha lateral. Preferia o sossego das cabines, de onde podia ter uma visão geral e observar a distribuição dos jogadores em campo.

No estádio Evandro Almeida, como técnico do Remo após integrar duas comissões técnicas campeãs do mundo com a Seleção, ele só descia no intervalo e passava rente ao alambrado, pouco ligando para as reclamações da galera – sua envergadura (1,98) certamente inibia críticas mais ácidas.

Oriundo do boxe, Paulo Amaral era de pouca conversa, mas impunha muito respeito. Formado no Botafogo, treinou o Glorioso por quatro vezes e trabalhou também no Bahia e no Corinthians, antes de vir treinar o Remo de Alcino, Rosemiro, Mesquita, Aderson, Dico e Cuca, conquistando o título estadual de 1975, fechando o tri invicto (73/74/75).

Foi sob o comando do careca Paulo Amaral que o Remo bateu o Flamengo de Zico e Junior no Maracanã, por 2 a 1, em outubro de 1975, pela Taça de Ouro. Um feito inédito para um clube paraense à época.

Pep e a grande chance para Ednaldo e a CBF

Pep Guardiola, considerado o melhor técnico do planeta, disse ao repórter João Castelo Branco em entrevista na ESPN que um de seus sonhos a realizar até o fim da carreira é treinar uma seleção nacional. “Não sei quem me quer”, comentou, ao ser indagado se tinha uma preferência.

De toda sorte, é mais uma senha que o espanhol dá sobre a disponibilidade para assumir um selecionado. Antes da Copa de 2018, ele chegou a admitir que sonhava com a Seleção Brasileira, mas nunca mais falou a respeito.

Sobre os métodos de trabalho, Pep garante que gosta de se sentir desafiado. “Pessoalmente prefiro que as pessoas duvidem. Assim, podemos dizer: vamos provar a eles”.

Revelou ainda que era mais feliz correndo atrás da bola. “Ganhei mais títulos como treinador do que como jogador, mas sentia mais prazer jogando. O jogo é sempre mais bonito para quem joga”.

Um excelente técnico e um entrevistado de primeira grandeza.

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