A Amazônia está no centro de debate ambiental por diversos países do mundo e o desenvolvimento sustentável da região recebe investimentos de empresas que se dedicam a preservação do meio ambiente.

Na última quarta-feira (23), Belém foi sede da Palmacon, realizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Óleo de Palma (Abrapalma) que reuniu expositores, palestrantes e investidores que utilizam o óleo de palma para diferentes materiais. Uma das empresas que participou do evento foi a Agropalma, que incentiva a sustentabilidade e a agricultura familiar.

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André Borba, diretor agrícola da Agropalma, destacou que o evento mostra como funciona a cadeia de produção do óleo de Palma, desde o plantio até a importância dele para o Pará e para o Brasil. “A cultura da Palma é muito importante para o estado do Pará, uma cultura que oferece praticamente 10 mil empregos diretos aqui na região de Belém. É um evento que vai mostrar as tendências futuras da palma, as tendências de genética e de como o estado vai se desenvolver com essa cultura”, disse.

André Borba, diretor agrícola da Agropalma.
📷 André Borba, diretor agrícola da Agropalma. |(Wagner Almeida/Diário do Pará)

Durante a Palmacon, o cenário global da palma foi debatido em painéis que mostram como a palma pode ser utilizada no mundo inteiro de forma sustentável sendo usada até mesmo na produção de biocombustíveis, como enfatizou o diretor comercial da Agropalma, André Gasparini.

“O Brasil usa mais óleo de soja para fazer o biocombustível porque é o que mais tem abundância de produção. A palma é menos utilizada porque você tem menos produto, então quando a gente pensa numa possibilidade de expansão de óleo de palma para o mercado do Brasil e essa expansão está no Pará, a chance de a gente entrar com biodiesel sem competir com alimentos é muito grande, isso ajuda até a descarbonização utilizando o biocombustível com base óleo de palma nos veículos locais”, explicou Gasparini.

O diretor também disse que para a Agropalma é importante discutir problemas e soluções levando o dia-a-dia do produtor do campo e ter esse debate na cidade que receberá a COP 30 em 2025, a responsabilidade em participar cresce: “A gente acredita muito na COP30 que não parar. Eu acho que vai ser um chacoalhão, não para o Pará e nem para o Brasil, para o mundo todo, né? A gente espera estar preparado não só com uma agropalma, mas também com uma agropalma, uma associação para trazer coisas importantes, com um biocombustível”, concluiu.

André Gasparini, diretor comercial da Agropalma.
📷 André Gasparini, diretor comercial da Agropalma. |(Wagner Almeida/Diário do Pará)

Já o presidente da Abrapalma, Victor Almeida, comemorou o sucesso do evento e a participação de todos que compareceram nos dois dias de Palmacon: “O evento está lotado, a gente precisou bloquear as inscrições anteontem porque já tinha atingido o limite e quase todo mundo veio hoje, está bem cheio, então a gente está muito feliz com o evento. Acho que o resultado aqui que a gente está buscando é iniciar essa discussão entre toda a cadeia produtiva, desde o agricultor, do agricultor familiar ou do fazendeiro que produz o fruto. Passando pela indústria extratora do óleo, aos associados da Abrapalma, até o nosso cliente final, que são as indústrias de alimento, indústria de cosmético, indústria de biocombustíveis e estão todos muito bem representados aqui, acho que já gerou muita discussão, muito debate, está sendo um evento bem legal”, disse.

PRODUÇÃO DO ÓLEO DE PALMA

Além de executivos, a Palmacon contou com produtores do campo que plantam a palma e utilizam como renda na agricultura familiar.

Um desses produtores, Benedita Nascimento, que trabalha na comunidade Arauari, em Moju, contou como a extração do óleo de palma mudou sua vida.

“Esse projeto nos trouxe a oportunidade de mudar de vida sem precisar sair da nossa terra nos deu oportunidade de ter titularização da nossa terra e nos deu oportunidade de ter uma fonte de renda melhor do que nós tínhamos. O nosso trabalho é realizado em regime de mão de obra familiar. Nós criamos uma forma de legalizar a mão de obra que é o consórcio e que eu sou a líder desse consórcio. Eu assino carteira de 22 pessoas que trabalham para nós, todas pessoas da comunidade. Não só produtores, mas as famílias também que trabalham, que vivem em torno nosso projeto são beneficiadas”.

Para Benedita, a Agropalma é uma família e é grata por trabalhar em parceria com uma empresa séria: “Sempre trabalhei na roça, plantando milho, mandioca e arroz e o Dendê foi uma experiência ótima que a gente teve. Porque nós temos parceria com uma empresa muito séria que a Agropalma, que para mim é como se fosse uma família. A Agropalma é uma mãe que trouxe o projeto para gente”, concluiu.

📷 Benedita Nascimento, produtora de óleo de palma no Pará. |(Wagner Almeida/Diário do Pará)

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