A Bíblia não proíbe explicitamente o consumo de bebidas alcoólicas, mas oferece orientações claras sobre moderação e os perigos do excesso. O uso de bebidas alcoólicas é mencionado em várias passagens tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.

Aqui estão algumas considerações com base na Bíblia:

1. Consumo Moderado

A Bíblia permite o consumo de vinho e outras bebidas alcoólicas de forma moderada. Por exemplo, em Salmos 104:14-15, o vinho é apresentado como uma bênção de Deus:

"Ele faz crescer a erva para o gado, e as plantas para o homem cultivar, para da terra tirar o alimento, o vinho que alegra o coração do homem [...]".

Além disso, Jesus transformou água em vinho durante o casamento em Caná (João 2:1-11), o que indica que o consumo de vinho, em um contexto festivo e moderado, era algo aceito.

Exemplos de Teólogos que Defendem o Consumo Moderado:

Agostinho de Hipona (354-430) via o vinho como uma dádiva de Deus, mas com a advertência de que seu uso imprudente poderia levar à embriaguez e ao pecado.

Tomás de Aquino (1225-1274), outro grande teólogo católico, aceitava o uso de álcool de forma moderada, desde que a razão e o autocontrole fossem mantidos.

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2. Proibição da Embriaguez

Apesar de o consumo moderado ser permitido, a Bíblia é clara ao condenar a embriaguez. Versículos como Efésios 5:18 advertem:

"Não se embriaguem com vinho, que leva à devassidão, mas deixem-se encher pelo Espírito".

A embriaguez é vista como algo que leva à perda de controle e comportamentos pecaminosos. Outros versículos, como Provérbios 20:1, falam dos perigos do uso excessivo:

"O vinho é zombador e a bebida fermentada provoca brigas; não é sábio deixar-se dominar por eles".

A teologia reformada, representada por figuras como João Calvino (1509-1564) e Martinho Lutero (1483-1546), também endossava essa posição, enfatizando a importância de usar a criação de Deus de maneira responsável. Lutero, por exemplo, gostava de cerveja e vinho, mas condenava a embriaguez e o abuso.

Movimentos e Teólogos a Favor da Abstinência:

Metodistas e Batistas tradicionalmente têm uma posição mais rigorosa em relação ao álcool. John Wesley, fundador do metodismo, condenava o abuso de álcool e incentivava a temperança.

Durante o movimento da Temperança, no século XIX, que levou à proibição do álcool em alguns países (como os EUA), muitos teólogos e pastores defenderam a abstinência completa, argumentando que o álcool causava muitos males sociais, como a violência doméstica e a pobreza.

3. Questões de Consciência e Testemunho

Em Romanos 14 e 1 Coríntios 8, Paulo discute a importância de agir de acordo com a própria consciência e não ser pedra de tropeço para outros. Se o consumo de álcool pode levar outra pessoa a pecar ou causar escândalo, o cristão é incentivado a abster-se, mesmo que o ato em si não seja considerado pecaminoso.

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