Uma das maiores atrizes de sua geração, Cláudia Abreu apresenta em Belém, desta sexta-feira, 12, a domingo, 14, no Theatro da Paz, o monólogo “Virginia”. A peça, dirigida por Amir Haddad, com codireção de Malu Valle, marca a estreia da artista como dramaturga, e em seu primeiro solo. Fruto de uma pesquisa e experimentação que duraram mais de cinco anos, o espetáculo aborda a vida e trajetória da escritora inglesa Virginia Woolf (1882-1941).

“O meu desejo de escrever uma peça sobre Virginia Woolf surgiu do fato de ter me apaixonado pela obra dela, depois ter buscado conhecer um pouco sobre a vida dela, que era surpreendente, cheia de altos e baixos, dramas emocionais e psicológicos. Achei que era uma personagem maravilhosa”, falou Cláudia Abreu, em entrevista ao DIÁRIO, destacando ainda que a escritora aborda em suas obras assuntos importantes de serem discutidos, o que também foi um ponto importante para a escolha.

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“Ela é uma das primeiras feministas, já falava sobre isso, já pensava sobre a mulher e também sobre a existência como um todo, sobre a dor da criação, essa síndrome de impostora que muitas vezes as pessoas têm quando estão criando, essa dúvida de si mesma, fora esse limite tênue entre sanidade e loucura, e vários outros temas que acho superinteressantes de levar para o teatro e discutir abertamente. Fora a minha vontade de escrever e também escrever sobre fluxos de consciência, a alternância deles, que é uma coisa que ela fez brilhantemente na literatura dela” , destacou a atriz.

A estrutura do texto se apoia no recurso mais característico da literatura da escritora: a alternância de fluxos de consciência, capaz de “dar corpo” às vozes reais ou fictícias, sempre presentes em sua mente. A direção de Haddad, um dos mais importantes diretores brasileiros - auxiliado na fase final por Malu Valle, quando o diretor se recuperava da covid - fez toda a diferença na escolha da atriz de encenar seu próprio texto. “Ele tem como premissa a liberdade, permite que o ator seja o autor de sua escrita cênica, isso foi fundamental em todo o processo”, refletiu Cláudia em outro momento sobre o espetáculo.

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A montagem estreou em julho de 2022, em São Paulo, no Teatro do Sesc, e já cumpriu duas temporadas no Rio de Janeiro em 2022 e 2023, além de ter passado por cidades como Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Santa Maria (RS), Santa Cruz do Sul (RS), Campinas (SP), São José dos Campos (SP), São José do Rio Preto (SP), Ribeirão Preto (SP), Piracicaba (SP), Araraquara (SP), Jundiaí (SP), Fortaleza (CE), Mossoró (RN), Natal (RN) e Goiânia (GO). Ao longo desse tempo, “Virginia” já foi vista por mais de 30 mil pessoas.

Antes de chegar ao palco, o trabalho de criação foi intenso. “O processo durou cinco anos porque ler quase tudo dela e sobre ela leva muito tempo. Cinco anos foram de pesquisas, leituras, e depois de escrever, de improvisar também sozinha as coisas que eu queria dizer, que saíssem naturalmente. Então, eu gravava momentos de improvisação falando abertamente sobre o que tinha ficado em mim de importante de tudo que tinha lido sobre vida e obra, e aí a dramaturgia foi se encaixando. Fui fazendo um quebra-cabeça, mas na verdade a coisa mais importante é ela fazer um inventário íntimo sobre ela mesma, sobre a existência como um todo dela e de todos nós nos seus últimos instantes de vida”, contou a atriz.

SERVIÇO: 

Espetáculo "Virginia"

  • Idealização, dramaturgia e atuação: Cláudia Abreu;
  • Direção: Amor Haddad (com codireção de Malu Valle);
  • Quando: Dias 12 e 13 às 20h e 14 de abril às 17h;
  • Onde: Theatro da Paz (Praça da República - Campina);
  • Quanto: R$ 30 (meia/paraíso) a R$ 120 (Inteira/plateia, varanda e frisas);
  • À venda pelo site Ticket fácil.com ou na bilheteria do teatro;
  • Classificação  indicativa: 14 anos;
  • Duração: 60 minutos.

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