Ainda vistos no Brasil pelo prisma do preconceito, procedimentos médicos de redesignação sexual representam investimentos significativos e requerem planejamento financeiro de longo prazo para pessoas trans que buscam adequação.

A intérprete Gabriela Loran revelou ter investido aproximadamente R$ 120 mil em sua cirurgia, realizada na Tailândia após oito anos de economia. A artista, conhecida pelo papel de Viviane em Três Graças, da Rede Globo, compartilhou detalhes do processo em entrevista ao podcast Queencast.

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Deste valor total, R$ 100 mil foram destinados exclusivamente à operação. Além disso, o montante cobriu 25 diárias de hospedagem, consultas médicas, materiais para curativos, acompanhamento de profissionais de enfermagem, internação hospitalar e a intervenção cirúrgica propriamente dita.

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As passagens aéreas de ida e retorno para a Tailândia custaram cerca de R$ 17 mil, incluindo os bilhetes para Loran e seu companheiro, o ator Ipojucan Icaro, vice-campeão do reality No Limite em 2022.

A artista enfatizou que precisou de quase uma década para reunir os recursos necessários e preparar-se física e mentalmente para o procedimento.

Desafios e preconceitos na carreira

Em declaração, a atriz relatou ter enfrentado discriminação profissional por ser uma mulher trans. Loran expressou o desejo de ser vista primeiramente como pessoa e ser humano, defendendo um olhar mais humanizado que permita demonstrar representatividade com dignidade.

A intérprete considera fundamental que a sociedade desenvolva uma perspectiva mais empática, possibilitando maior visibilidade para a comunidade trans no meio artístico.

Estreia no horário nobre e representatividade

Três Graças marca a primeira participação de Loran em uma produção das 21h, na qual interpreta uma farmacêutica da comunidade do Chacrinha e atua como amiga da protagonista Gerluce, vivida por Sophie Charlotte.

A novela, escrita por Aguinaldo Silva, representa uma grande responsabilidade profissional para a artista. A atriz destacou a importância da continuidade da representatividade trans no horário nobre, citando que a penúltima novela das 21h também contou com personagem trans.

Segundo ela, sua personagem carrega múltiplas representações: mulheres LGBT, negras, periféricas e da vida real, contribuindo para abrir portas no mercado audiovisual.

Loran enfatizou que, apesar dos avanços, é necessário continuar lutando por maior espaço e não se acomodar com as conquistas já obtidas.

Trajetória artística e reconhecimentos

A carreira da atriz inclui participações em Malhação: Vidas Brasileiras (2018) e Renascer (2024). Seu trabalho no cinema português O Último Animal lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Petrópolis e uma indicação no Los Angeles Brazilian Film Festival.

Esses reconhecimentos consolidam seu talento artístico e demonstram a qualidade de seu trabalho tanto na televisão quanto no cinema nacional e internacional.

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