O Ministério Público do Trabalho formalizou denúncia contra dois influenciadores digitais por crimes graves contra adolescentes. A acusação inclui tráfico de pessoas, exploração sexual e submissão de menores a condições análogas à escravidão.
A Justiça do Trabalho recebeu denúncia do MPT contra Hytalo Santos e seu marido Israel Vicente, conhecido como Euro. Os procuradores apontam evidências consistentes de uma rede criminosa que explorava adolescentes de famílias carentes da Paraíba.
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O casal permanece preso desde agosto de 2024 e já responde criminalmente por produzir conteúdos de exploração sexual com menores. A nova denúncia trabalhista amplia as acusações e pode resultar em indenizações milionárias.
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Esquema de aliciamento e exploração
Segundo o relatório do Grupo Especial de Atuação Finalística (GEAF), os influenciadores atraíam jovens com promessas enganosas de fama e melhores condições de vida.
As vítimas eram levadas para a residência do casal em João Pessoa, onde sofriam diversos tipos de violência.
O MPT identificou práticas que configuram:
- Cárcere privado dos adolescentes na residência;
- Rotina rígida com violência física e psicológica;
- Exploração sexual sistemática;
- Trabalho em condições análogas à escravidão.
Síndrome de Estocolmo identificada
Os procuradores descartaram as defesas feitas por alguns adolescentes em favor dos acusados. O órgão considera que os menores não possuem maturidade para compreender a gravidade da situação vivida.
Muitas vítimas conviveram anos sob influência direta dos exploradoras, o que pode ter resultado em quadro psicológico compatível com Síndrome de Estocolmo. Esta condição dificulta o reconhecimento da exploração pelas próprias vítimas.
Assistência às vítimas solicitada
O MPT pediu que a Justiça do Trabalho oficie órgãos de proteção social para garantir atendimento imediato às vítimas. A solicitação inclui:
- Assistência psicológica especializada;
- Acompanhamento médico adequado;
- Suporte social para reintegração;
- Proteção integral aos menores.
Bens bloqueados e indenizações milionárias
A Justiça da Paraíba já bloqueou bens, valores e veículos de luxo dos influenciadores e suas empresas. O montante pode chegar a R$ 20 milhões, conforme determinação judicial de agosto.
O MPT solicita indenizações que totalizam valores expressivos para reparar os danos causados às vítimas.
As demandas incluem R$ 12 milhões por dano moral coletivo e valores individuais entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões para cada vítima de exploração sexual e trabalho escravo.
Responsabilização dos responsáveis
Os procuradores também atribuíram responsabilidades aos pais das vítimas, que "entregaram seus filhos a terceiros de maneira claramente ilegal". Muitos responsáveis aceitaram ajuda financeira e presentes dos acusados.
O MPT solicita ainda a criação de contas de poupança específicas para os menores de idade atingidos, garantindo recursos para sua recuperação e desenvolvimento futuro.
