Gilberto Freyre é um dos intelectuais mais importantes do Brasil, conhecido principalmente por sua obra "Casa-Grande & Senzala". Contudo, além de seu trabalho acadêmico, Freyre também se aventurou no campo da ficção, explorando aspectos menos estudados de sua cidade natal, Recife. Um desses aspectos é o universo das assombrações e do sobrenatural, que ele abordou em "Assombrações do Recife Velho", publicado em 1955. Neste livro, Freyre reuniu histórias de assombração e lendas urbanas que capturam a atmosfera mística e sombria do Recife antigo, revelando seu interesse profundo pelas tradições populares e pelo imaginário coletivo da cidade.

Ilustração da HQ "Algumas Assombrações do Recife Velho", que transporta o leitor para o universo sombrio e misterioso das lendas recifenses.
📷 Ilustração da HQ "Algumas Assombrações do Recife Velho", que transporta o leitor para o universo sombrio e misterioso das lendas recifenses. |Foto: Emerson Coe

A recente edição da Global Editora, intitulada "Algumas Assombrações do Recife Velho", adapta sete dos contos do livro original para o formato de histórias em quadrinhos. Esta adaptação, conduzida por André Balaio e Roberto Beltrão, ambos com vasta experiência no universo dos quadrinhos e responsáveis pelo projeto "O Recife Assombrado", traz uma nova vida às narrativas sombrias de Freyre. As histórias selecionadas, como “O Boca-de-Ouro” e “O Papa-Figo”, são clássicos do folclore recifense, que agora ganham uma nova dimensão visual e narrativa.

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A HQ se destaca por sua fidelidade ao tom e ao ambiente das histórias originais, ao mesmo tempo em que utiliza o poder das imagens para intensificar o suspense e a atmosfera de mistério. As ilustrações capturam com precisão o clima das lendas, transportando o leitor para as ruas antigas do Recife, onde o sobrenatural e o cotidiano se entrelaçam de forma inquietante. A adaptação respeita a essência das narrativas de Freyre, ao mesmo tempo em que explora as possibilidades do formato gráfico para criar uma experiência imersiva e aterrorizante.

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Com 72 páginas em um formato generoso de 20,5 x 27,5 cm, a edição oferece uma leitura rápida, mas impactante, que agradará tanto aos fãs de Freyre quanto aos entusiastas do terror e do imaginário brasileiro. A obra não só homenageia o legado literário do autor, mas também contribui para a preservação e a divulgação das histórias que fazem parte da memória cultural do Recife.

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