Hoje, no feriado do Dia de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra, a Nação Ogan celebra seus 9 anos de atividades reafirmando o compromisso com a cultura, a educação e a luta por uma sociedade mais justa e inclusiva, com show hoje, 20, a partir das 20h, na Casa Apoena, na Cidade Velha.

“São 9 anos transformando vidas pela arte e educação. E para celebrar faremos um show bem eclético, com a mistura dos tambores amazônicos com os tambores pernambuncanos, porque o Nação Ogan não somente é uma banda, é um trabalho de arte e educação através da música”, falou Suellen Ferro, produtora e percussionista da banda.

A noite será uma junção de celebrações e de luta. No último dia 11 de novembro o grupo fez 9 anos e hoje, 20, o Dia da Consciência Negra, feriado nacional, que homenageia Zumbi dos Palmares e discute o racismo presente na sociedade brasileira.

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“É uma luta eterna para podemos ecoar nosso tambor, existir e resistir diariamente. Porque em pleno século 21 ainda tem muito preconceito. Quando vamos tocar o nosso tambor numa praça, somos expulsos. Se pedimos Uber, quando veem que estamos com vários tambore,s não querem levar, cancelam a corrida. Pedem para chamar outro. Então, é uma celebração, mas também uma data de resistência”, disse Suellen.

O grupo nasceu em abril de 2015, como uma extensão do trabalho pioneiro realizado no bairro de Peixinhos, periferia de Olinda-PE. Sob a liderança de artistas paraenses, o projeto se propõe a valorizar as expressões culturais do Pará e de Pernambuco, promovendo o respeito às tradições como ferramenta de transformação social. Em Belém, a Nação Ogan atua no bairro do Guamá, com oficinas de percussão, dança e teatro, além de palestras socioeducativas que abordam temas como cidadania, diversidade cultural e direitos humanos.

Num cenário de violência, evasão escolar e exclusão social, o projeto capacita crianças e jovens a reconhecer o valor de suas raízes culturais e a enxergar um futuro diferente, em sintonia com a coletividade e o respeito mútuo.

Mais do que iniciativa artística, a Nação Ogan se propõe a ser um movimento transformador que utiliza a riqueza cultural das tradições populares para contrapor os desafios sociais enfrentados por jovens em situações de vulnerabilidade.

“Temos um balanço muito positivo, já realizamos várias oficinas, grandes parcerias. Recentemente, lançamos um álbum com 10 músicas. Já lançamos dois clipes, ‘Até o tempo ser’ e ‘Gira Mundo’. A primeira, uma música composta Raoni Figueiredo, e a segunda, por Gabriela Mauriti. São músicas autorais dos membros do grupo”, contou Suellen.

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O show de celebração será com repertório do álbum do grupo que tem composições de David Campos, Raoni Figueiredo e Gabriela Mauriti. A apresentação terá participações de Luiz Girard e Bando Mastodonte.

“Além de canções do álbum, faremos algumas homenagens para Lourival Igarapé, mestre Ray, Toni Soares e Nazaré Pereira, que são ícones para a gente e nos inspiramos neles para nossas composições”, adiantou Suellen.

Outras atrações especiais estarão presentes: DJ Sidou, conhecido por sua pesquisa sobre os ritmos amazônicos e a fusão de música eletrônica com o tecnobrega, que promete uma apresentação vibrante e inovadora; Grupo Toró-Açu, com raízes quilombolas, que traz uma mistura de carimbó e tambores que ressoam a luta e resistência de seu povo; e a cantora May Coimbra, que fará um feat especial com a Nação Ogan.

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