O futebol brasileiro vive um momento de grande disputa nas divisões nacionais, com clubes em diferentes estágios de preparação para o futuro. No entanto, o que torna a história de alguns times mais notável é o nível de investimento em infraestrutura, algo que pode fazer toda a diferença entre disputar as primeiras colocações - e até títulos - ou apenas lutar contra o fantasma do rebaixamento.
O Mirassol, um dos times mais badalados na Série B de 2024, é um exemplo claro de como a aposta em uma estrutura de ponta pode alavancar um clube rumo à elite do futebol. Ao conquistar o inédito acesso como vice-campeão da Segundona, o time paulista se tornou uma das grandes sensações da temporada, e a sua ascensão é um reflexo de um trabalho muito bem planejado e executado.
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INVESTIMENTO PESADO EM INFRAESTRUTURA
O sucesso do Mirassol no campeonato não é por acaso. O clube, localizado em uma cidade com apenas 63 mil habitantes, apostou no investimento pesado em infraestrutura e, principalmente, na construção de seu Centro de Treinamento (CT) próprio. Inaugurado em 2018, o CT recebeu um aporte inicial de R$ 5,4 milhões da venda do atacante Luiz Araújo, hoje no Flamengo, e desde então tem sido um pilar central na busca pela excelência dentro de campo.
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Hoje, o centro de treinamento conta com 1.500 metros quadrados de área e uma infraestrutura que impressiona. Entre os recursos, estão quatro campos de treino, um moderno refeitório, academia, banheiras de imersão, fisioterapia, fisiologia, e até uma cápsula de flutuação, equipamento de R$ 110 mil, responsável por proporcionar recuperação de alto nível aos atletas. Para complementar a estrutura, o clube ainda conta com espaços para acomodações, lavanderia, e salas de imprensa e diretoria.
CTs DE REMO E PAYSANDU DEIXAM A DESEJAR
Enquanto o Mirassol investe constantemente em sua infraestrutura, com aportes de até R$ 15 milhões, os clubes paraenses Clube do Remo e Paysandu enfrentam uma realidade bem diferente. Ambos, com histórico no futebol nacional, ainda têm suas estruturas limitadas, sendo dependentes de centros de treinamento com no máximo um ou dois campos prontos, e sem as comodidades e recursos encontrados em centros mais modernos, como o do time paulista. Isso reflete diretamente no desempenho das equipes e pode ser um dos fatores que explica o estágio atual de cada uma delas na Série B.
O Paysandu, por exemplo, vem tratando o ano de 2024 como uma "virada de chave" para modernizar sua infraestrutura. O clube já investiu mais de R$ 2,5 milhões em obras de revitalização patrimonial, com foco no CT Raul Aguilera, no bairro das Águas Lindas, em Belém. O local já possui um campo de treinamento em funcionamento e outro sendo finalizado, mas ainda carece de instalações administrativas e outras estruturas fundamentais para que os atletas possam realizar todas as atividades no local.
NASP FOI MAIOR INVESTIMENTO RECENTE DO REMO
No caso do Clube do Remo, vale lembrar que, enquanto o CT do clube, localizado em Outeiro, é pouco utilizado pela equipe profissional, o estádio do Baenão conta com o Núcleo Azulino de Saúde e Performance (NASP). Inaugurado em 2019, o espaço recebeu investimentos de R$ 300 mil, e o projeto inclui academia, fisioterapia, consultórios e tratamento de recuperação muscular, com foco na prevenção de lesões e no aprimoramento do desempenho dos atletas. Idealizado por médicos do clube após visitas a grandes equipes, a diretoria azulina garante que o NASP tem contribuído para reduzir lesões e melhorar a performance do elenco azulino.
RESULTADOS REFLETEM A FALTA DE ESTRUTURA
Apesar dessas iniciativas, o nível de investimento estrutural da dupla Re-Pa é significativamente inferior ao de clubes como o Mirassol. Exatamente por isso, a realidade do Remo e do Paysandu segue um caminho mais árduo para a busca pelo acesso à Série A. Enquanto a manutenção de centros limitados restringe o desenvolvimento físico e técnico dos jogadores, fica claro que os times paraenses precisam, com urgência, rever suas estratégias de investimento em infraestrutura para fortalecer a base de suas equipes e tentar reverter essa situação. O cenário é um claro reflexo de que, no futebol moderno, a estrutura não é apenas um luxo, mas sim um requisito fundamental para o sucesso em níveis mais altos.
A diferença de investimento e estrutura também fica evidente nas disputas dentro das próprias competições. Enquanto o Mirassol se destaca por sua sólida base física e técnica, o Remo e o Paysandu enfrentam dificuldades para acompanhar o ritmo das disputas nacionais, o que tem deixado cada vez mais distante a ascensão à Série A e até mesmo a permanência na Série B, já que, sem a infraestrutura necessária para o desenvolvimento ideal de seus atletas, os resultados acabam sendo comprometidos.