"Quase todas as unidades policiais estão passando por problemas de sucateamento", foi o que concluiu o promotor de Justiça Militar Armando Brasil. Ele chefiou uma série de inspeções nas unidades militares de Belém para verificar as atuais condições de infraestrutura e constatou diversos problemas nas bases. Agora, um inquérito foi instaurado para investigar essa situação.
De acordo com o promotor, a inspeção foi uma resposta a uma determinação do Ministério Público do Pará para avaliar o estado das unidades militares. "Desde o ano passado estamos visitando as unidades e são vários os problemas apontados de precariedade das instalações físicas e recursos de trabalho", informa o promotor de Justiça Militar. Na última terça-feira (24), inclusive, a promotoria foi ao quartel do comando de missões especiais, na avenida Alcindo Cacela com Fernando Guilhon, bairro Cremação, responsável por alocar os policiais do Comando de Operações Especiais (COE), Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) e Batalhão de Choque. "São unidades de elite que ficam ali e o prédio está todo deteriorado por dentro. O teto está para desabar, tem infiltração e eles não têm o equipamento apropriado", denunciou Armando Brasil.
Além desse quartel, outros que se encontram em situação parecida são o 10º Batalhão da Polícia Militar (BPM) no distrito de Icoaraci, e o 1º BPM, no conjunto Paraíso dos Pássaros, em Val de Cans. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Segup), o 1º Batalhão é responsável pelo policiamento ostensivo nos bairros Sacramenta, Telégrafo, Pedreira, Marco, Curió-Utinga, Marambaia, Castanheira, Souza, Barreiro, Miramar, Maracangalha e Val-de-Cans, somando uma população de aproximadamente 408 mil pessoas. Em 2017, o promotor de Justiça Militar chegou a visitar o local e deve retornar ainda nesta semana para verificar se algo mudou. Na época, constatou-se que os militares tinham de exercer seus deveres com viaturas inadequadas e um prédio abandonado, sem manutenção. "Nas unidades que já visitamos mais de uma vez, não percebemos nenhuma melhoria. Por isso, instaurados um inquérito para apurar com mais profundidade esse sucateamento e caso sejam recolhidas provas o suficiente, pode-se abrir uma ação civil contra o próprio Comandante-Geral da Polícia Militar", explicou Armando Brasil. Outras unidades ainda devem ser visitadas até final de maio, como parte do cronograma do Ministério Público do Pará.

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