Um caso de alergia chamou atenção de todo o Brasil, em 2023, e o desfecho da história ainda está longe de terminar: o caso da jovem Thais Medeiros de Oliveira, que sofreu uma reação alérgica quando almoçava com a família depois de cheirar um pote de pimenta.
Na última quinta-feira (3), a Justiça Federal de Goiás ordenou que a Prefeitura de Goiânia comprove judicialmente a disponibilização do tratamento domiciliar para a jovem. A decisão foi proferida pelo juiz Jesus Crisóstomo de Almeida.
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Thais, que desenvolveu complicações graves após o incidente, tem direito ao AD2 (Serviço de Atenção Domiciliar), conforme a sentença. Esse serviço inclui o suporte de uma equipe multiprofissional, conhecida como Emad, com especialistas em fisioterapia e enfermagem. Também está previsto o apoio da Emap (Equipe Multiprofissional de Apoio) com profissionais das áreas de nutrição, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Além disso, o atendimento prevê transporte para consultas e tratamentos, conforme solicitação dos profissionais, e a disponibilização de insumos e equipamentos necessários.
A Prefeitura de Goiânia, o Governo de Goiás e a União foram notificados e são réus no processo movido pela família de Thais. O município tem o prazo de cinco dias para garantir o atendimento domiciliar, já determinado no ano passado. Caso a decisão não seja cumprida, a prefeitura será multada em R$ 5 mil por dia.
O magistrado também orientou a família de Thais a buscar atendimento em uma instituição privada, sugerindo que, caso o serviço público não seja prestado, o município pode ser acionado para reembolsar os custos.
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A Prefeitura de Goiânia alegou que a família de Thais teria recusado o atendimento domiciliar, afirmando que já contavam com um serviço privado, o que foi negado pela defesa da jovem. A União e o Governo de Goiás, por sua vez, argumentam que a responsabilidade pelo atendimento é do município, com o governo federal apenas repassando os recursos financeiros.
Procurada pelo portal UOL, a Procuradoria-Geral do Estado de Goiás afirmou estar ciente da demanda judicial e que adotará as medidas legais cabíveis. A Prefeitura de Goiânia e a União não se pronunciaram sobre o caso até o momento.
RELEMBRE
Thais, mãe de duas filhas, sofreu a grave reação alérgica durante um almoço em Anápolis (GO), no ano passado, após cheirar um pote de pimenta. Ela foi levada às pressas para o Hospital Santa Casa da cidade e depois transferida para Goiânia, onde enfrentou complicações como infecções e uma parada cardiorrespiratória. O episódio resultou em uma lesão cerebral que a deixou sem resposta a estímulos e necessitando de cuidados constantes. Thais também perdeu a visão.
O caso, considerado raro pelos médicos, manteve a jovem internada por mais de cinco meses após o incidente.