O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres (GTRRD) do G20 tem como objetivo discutir as melhores formas de reduzir os riscos de grandes desastres nas nações integrantes do grupo, e o próximo encontro será em Belém.
A reunião, que acontecerá nos dias 30 e 31 de outubro e 01 de novembro, é de grande importância para discutir os problemas enfrentados pelo Brasil e outros países com as mudanças climáticas, de acordo com o Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, em entrevista ao A Voz do Brasil, nesta quarta-feira (23).
“Será uma discussão intensa sobre as boas práticas de defesa civil para reduzir os riscos e os danos desses desastres para a população", explicou.
Segundo o secretário, o grupo se propõe a, além de discutir os problemas, apontar direções e soluções. "O objetivo é que os países membros do G20 possam adotar as ações para a redução do risco de desastres discutidas durante o encontro e que elas possam ser replicadas em outros países", afirmou.
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Os riscos hidrológicos e geológicos, diretamente relacionados a inundações e deslizamentos, serão alguns dos temas abordados pelo grupo de trabalho. "Esses são os desastres que acometem a maior parte dos cidadãos, principalmente aqueles que estão em situação de vulnerabilidade, que moram perto de rios, córregos e encostas. Em época de chuvas intensas, essas populações ficam mais sujeitas a inundações e deslizamentos", destacou o secretário.
O Grupo de Trabalho de Redução do Risco de Desastres do G20 adotou seis prioridades para orientar as ações brasileiras e as contribuições dos países membros. São elas:
- Combater as desigualdades e reduzir as vulnerabilidades;
- Cobertura global dos sistemas de alerta precoce;
- Infraestruturas resilientes a catástrofes e às alterações climáticas;
- Estratégias de Financiamento para Redução do Risco de Desastres;
- Recuperação, Reabilitação e Reconstrução em Caso de Desastres;
- Soluções baseadas na natureza.
O GTRRD fez outro encontro presencial em julho, no Rio de Janeiro.
Orçamento e cultura de prevenção
A prevenção a desastres no Brasil começou a ser discutida a partir de 2012, com a publicação da Lei 12.608 que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC).
"Antes, só se discutia a gestão do desastre. Foi a partir dessa lei que o Governo Federal passou a discutir a gestão dos riscos e conseguiu alocar recursos dentro do Orçamento para que fosse possível fazer ações de prevenção e combater tanto o risco geológico, como o hidrológico com grandes obras de macro e micro drenagem e contenções de encostas. Com o retorno do presidente Lula, conseguimos reestabelecer esses recursos e retomar as ações de prevenção no Brasil", disse Wolnei.
O secretário reafirmou que o trabalho da Defesa Civil Nacional se dá por meio de ações de preparação com as defesas civis estaduais e municipais a partir dos alertas e avisos de possíveis desastres. Para entrar em contato com as defesas civis em caso de emergências ou orientações, basta ligar 199.
G20
O Grupo dos Vinte, o G20, nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
Com presidências rotativas anuais, o G20 desempenha papel importante nas grandes questões econômicas internacionais.
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Atualmente, além de 19 países dos cinco continentes (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), integram o fórum a União Europeia e a União Africana. O grupo agrega dois terços da população mundial, cerca de 85% do PIB global e 75% do comércio internacional.
A agenda do G20 inclui outros temas de interesse da população mundial, como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.