A Praça dos Três Poderes, localizada no Distrito Federal, abriga as sedes dos três poderes do Estado: o Palácio do Planalto (poder Executivo), o Congresso Nacional (poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder Judiciário).
Na noite de quarta-feira (13), por volta das 19h30, duas explosões foram registradas no local. Uma delas aconteceu próximo à sede do STF e a outra no entorno da Câmara dos Deputados. O suposto autor dos ataques morreu após detonar um dos explosivos. O caso é investigado pela Polícia Federal.
Na manhã desta quinta-feira (14), agentes da Polícia Militar do Distrito Federal realizam varreduras próximo e no entorno de onde as explosões ocorreram. Devido à operação, a Praça dos Três Poderes está interditada. Artefatos explosivos que estão sendo encontrados ao redor do local são desativados pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
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Logo após o ataque, a área da Esplanada dos Ministérios foi isolada, desde a Catedral Metropolitana até a praça. Os prédios do STF e do Congresso Nacional foram evacuados e a segurança no local foi reforçada.
O que se sabe até o momento
Onde aconteceram as explosões?
A primeira explosão ocorreu por volta das 19h30, em um carro estacionado no Anexo IV da Câmara, próximo ao STF. 20 segundos depois, o autor do ataque morreu em uma explosão em frente à sede do Supremo.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), detalhou que o suspeito tentou entrar com os explosivos no Tribunal, mas não conseguiu, então detonou os artefatos na calçada do prédio.
Quem é o autor do ataque?
Até a manhã desta quinta-feira (14), o suspeito de realizar as explosões não foi identificado oficialmente pelas autoridades. Na noite de quarta, a governadora em exercício do Distrito Federal informou que aguarda a perícia do corpo para confirmar a identidade do homem.
Uma varredura foi realizada por cães e robôs, para verificar a existência de outros artefatos junto ao corpo, sendo removido em seguida e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O corpo permaneceu na Praça dos Três Poderes até as 9h desta quinta-feira.
O carro envolvido na explosão pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, natural do município de Rio do Sul, em Santa Catarina (SC). A identidade do corpo encontrado próximo ao local da explosão ainda não foi confirmada, mas a família reconheceu o veículo pelas imagens vinculadas na televisão.
Em entrevista, o filho do homem disse recebeu uma ligação sobre um acidente sofrido pelo pai em Brasília. Tiu França foi candidato pelo Partido Liberal (PL) ao cargo de vereador do município de Rio do Sul em 2020, não sendo eleito.
Quem está investigando o caso?
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abriu investigações para apurar o caso, e que serão anexadas ao processo referente ao atentado de 8 de janeiro, em curso no STF. Na ocasião, um grupo de manifestantes invadiu as sedes dos Três Poderes da República e vandalizaram as sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paralelamente, foi instaurado um inquérito pela Polícia Federal, mas, conforme o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha, é preciso aguardar uma manifestação do STF para que as investigações possam avançar.
Onde o presidente Lula estava no momento das explosões?
Durante o ataque, o presidente Lula não estava no Palácio do Planalto, que fica localizado na Praça dos Três Poderes. O chefe de Estado deixou o local por volta das 17h30 e seguiu para o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a cerca de 5 quilômetros do ataque. Após as explosões, Lula recebeu na residência oficial as visitas do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e de alguns ministros do STF.
Quais artefatos foram usados nas explosões?
Ainda não há informações oficiais sobre quais tipos de artefatos explosivos foram usados pelo homem. O esquadrão antibombas foi acionado e fez uma varredura nos locais.
No porta-malas do veículo que explodiu foram encontrados materiais parecidos com explosivos e tijolos, além de outros objetos. Parte das explosões no carro se parecia com fogos de artifício.
O que aconteceu antes das explosões?
Antes da explosão em frente ao STF, o autor dos ataques tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou outro explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram antes dele se deitar no chão.
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No Boletim de Ocorrência, também consta que o homem compartilhou mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o que aconteceu na Praça dos Três Poderes, "manifestando previamente a intenção do autor em praticar o autoextermínio e o atentado a bomba contra pessoas e instituições".
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal, dias atrás. O Boletim de Ocorrência afirma que na casa, que passava por perícia até a última atualização desta reportagem, policiais encontraram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Francisco. Uma testemunha informou aos policiais que o homem esteve no local e usava uma "carretinha" no veículo.
Alguém mais ficou ferido?
Além do homem que morreu na segunda explosão, não há informações de pessoas feridas.
O que acontecia nos prédios dos Três Poderes?
No momento das explosões, ocorriam sessões na Câmara e no Senado, que foram suspensas. A sessão do STF já havia terminado, e ministros e servidores foram retirados em segurança.