Apesar de a carne vermelha ser uma fonte de proteínas, vitaminas e minerais, diversos estudos já apontaram que seu consumo exagerado pode elevar os riscos de desenvolver câncer no futuro.
O processo biológico responsável por essa relação permanecia, até então, desconhecido pela ciência. Mas cientistas de Singapura parecem ter descoberto o possível elo entre os dois.
O estudo foi publicado no dia 4 de outubro na revista científica Cancer Discovery, indicou que o ferro presente na carne vermelha como um possível fator de risco para o câncer colorretal, os pesquisadores analisaram amostras desse tipo de tumor para investigar a relação.
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Para isso, eles realizaram análise genética, purificação de proteínas, espectrometria e experimentos em camundongos, e constataram que o ferro presente na carne ativa a enzima telomerase por meio de uma proteína chamada pirina. Isso aceleraria o desenvolvimento do câncer.
"Mostramos como o ferro-(Fe3+) em conluio com fatores genéticos reativa a telomerase, fornecendo um mecanismo molecular para a associação entre sobrecarga de ferro e aumento da incidência de cânceres colorretais", escreveram os autores do estudo.
O que acontece ao reduzir o consumo da carne?
Um artigo de 2022 publicado na revista BMC Medicine mostrou que comer menos carne vermelha ou de frango foi associado a menos riscos de desenvolver um câncer.
Na pesquisa, os autores notaram que pessoas que aderiram a uma dieta com pouca quantidade de carne tiveram um risco 9% menor de ter câncer de cólon, por exemplo, em comparação com as pessoas que comiam carne com mais frequência.
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Eles também descobriram que o risco de câncer de próstata era 20% menor entre os homens que comiam peixe, e 31% menor entre os homens que seguiam uma dieta vegetariana, em comparação com aqueles que comiam carne mais de cinco vezes por semana.
Mulheres na pós-menopausa que seguiram uma dieta vegetariana tiveram um risco 18% menor de câncer de mama do que aquelas que comiam carne mais de cinco vezes por semana.