O presidente Lula (PT) disse nesta quinta-feira (21) que tem que agradecer por estar vivo, após a revelação da Polícia Federal de um plano golpista em 2022 que planejava assassiná-lo.

"Sou um cara que tem que agradecer agora muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de envenenar eu e o [Geraldo] Alckmin não deu certo, estamos aqui", disse.

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Esta foi a primeira declaração de Lula sobre o episódio, relevado por operação da PF deflagrada na última terça-feira.

O presidente disse ainda que é preciso construir país "sem perseguição, sem estímulo do ódio, sem estimulo da desavença".

Lula prosseguiu com recados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), investigado na condição de mentor nas iniciativas golpistas: "Não quero envenenar ninguém, não quero nem perseguir ninguém. Quero é que, quando terminar meu mandato, a gente desmoralize com números aqueles que governaram antes de nós".

"Quero medir com números quem fez mais escolas nesse país, quem cuidou mais dos pobres, quem fez mais estrada, mais ponte, mais salário mínimo. Isso que quero medir, isso que conta no resultado da governança", afirmou.

A declaração foi feita durante cerimônia de divulgação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, no Palácio do Planalto.

Em sua fala, Lula mencionou ainda a importância de investimentos privados com públicos, sobretudo em infraestrutura. Em meio a expectativas de anúncio do pacote de corte de gastos, o presidente disse também que quer o país com estabilidade fiscal e citou "malandros que levantam dúvidas para ganhar dinheiro".

"Quero devolver esse país com aquilo que dizia na campanha, criar estabilidade econômica. Quero ter estabilidade fiscal, ter estabilidade jurídica. Quero ter previsibilidade nas coisas que vão acontecer. Daqui para a frente, qualquer empresário que quiser fazer qualquer investimento e qualquer coisa nesse país, ele sabe que não vai ser contido pelos malandros que levantam dúvida para ganhar dinheiro", afirmou.

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A PF realizou na terça-feira (19) uma operação que prendeu cinco suspeitos de atuar em um plano de golpe de Estado no Brasil, no fim de 2022, que envolveria matar o petista, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

As informações divulgadas pela PF nesta terça apontam pela primeira vez para um plano operacional de golpe de Estado articulado por integrantes do governo Bolsonaro.

Fases anteriores da investigação já haviam indicado discussões sobre minutas golpistas e pressões para os chefes das Forças Armadas apoiarem uma ruptura institucional.

Integrantes do governo, apesar de saberem das intenções golpistas de adversários para que não assumissem o posto em 2023, foram pegos de surpresa com o plano de assassinato.

Após o evento nesta quinta-feira (21), o ministro Renan Filho falou sobre tema, e relacionou o fato de o Brasil receber menos investimentos com a instabilidade política pelo governo antecessor.

"Lula disse, em seu discurso, que quando se reelegeu, a principal promessa que ele fez ao povo brasileiro foi resgatar a normalidade democrática. Resgatar o cumprimento do papel das instituições", disse.

"E isso certamente é muito relevante no sentido de garantir um ambiente propício para o investimento privado. Porque ninguém investe o seu recurso num país que ataca as suas próprias instituições. Que estimula briga, que planeja golpe. Muito menos ainda que planeja até assassinar os seus próprios líderes democraticamente eleitos. Por isso é que o Brasil tinha menos capacidade de receber investimentos num período muito recente agora do passado", completou.

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