Cleia Freitas, 35 anos, que vive com o marido e quatro filhos no bairro Santos Dumont, em São Leopoldo (RS), terá uma nova casa doada por uma ONG. O imóvel será o primeiro com portas e quartos que a família possui. A construção é financiada pela Campanha SOS Enchente, organizada pela ONG Moradia e Cidadania, com apoio da Rede Solidária São Leo e da Unisinos. A previsão é de que a casa fique pronta ainda este ano.

A família de Cleia perdeu a residência em maio deste ano, quando o Rio dos Sinos transbordou após chuvas intensas. Após passar por três abrigos, eles retornaram para a área da Ocupação Horta, onde vivem desde 2018, e se instalaram temporariamente na casa de madeira de um vizinho.

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A moça, que também coordena atividades na comunidade, atua como cozinheira em um projeto voltado a crianças e mantém uma cozinha solidária em sua casa como parte do programa municipal "São Léo Mais Comida no Prato", que fornece refeições gratuitas a moradores de áreas periféricas. Atualmente, sem infraestrutura, a cozinha funciona no pátio de uma vizinha.

Impactos das enchentes em São Leopoldo e região

Em maio, a enchente atingiu diversas cidades do Rio Grande do Sul, deixando milhares de pessoas desabrigadas. São Leopoldo foi um dos municípios mais afetados, com 61 abrigos e mais de 12 mil desabrigados registrados nas primeiras semanas após a enchente. Segundo dados do estado, cerca de 20 mil pessoas ficaram desabrigadas na região.

Atualmente, cerca de 1.200 pessoas permanecem em 27 abrigos distribuídos em 17 cidades do estado. Em São Leopoldo, o último abrigo foi fechado entre novembro e dezembro.

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Apoio habitacional no estado

Até o momento, São Leopoldo não recebeu nenhuma das 292 casas temporárias prometidas pelo programa estadual "A Casa É Sua – Calamidades". O município ainda não disponibilizou um terreno apto para a construção. Outras cidades, como Encantado e Santa Tereza, já iniciaram as obras.

Para a Fase 2 do programa, que prevê casas definitivas, São Leopoldo também está incluída, mas não há avanço devido à falta de indicação de terrenos pela prefeitura. Ao todo, o programa prevê a construção de 776 unidades habitacionais em 14 municípios, com entrega gradual a partir de 2024.

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