Na paisagem da Ilha de Marajó, no Pará, vive um animal que, apesar de seu porte diminuto, é grande em importância e habilidades: o Puruca, o menor cavalo do Brasil. Esta raça é fruto de cruzamentos entre fêmeas do cavalo Marajoara e pôneis Shetland, desenvolvidos para se adaptar ao ambiente pantanoso e ao clima quente e úmido da região.

Com altura entre 1,00 m e 1,18 m, o Puruca destaca-se por ser muito dócil e enérgico, sendo ideal para atividades em fazendas. Resistente e velozes em galopes curtos, ele é amplamente utilizado no manejo de búfalos e bovinos, além de desempenhar funções como tração e transporte de pequenas cargas. 

Embora confundido com pôneis, o Puruca é reconhecido como uma subespécie distinta, defendida pela Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Puruca (ABCRP), com sede em Belém (PA). A associação ressalta que, apesar das semelhanças com o cavalo Marajoara, o Puruca possui características únicas que o tornam um grupo diferenciado.

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O desafio da conservação, no entanto, enfrenta uma ameaça significativa: atualmente, estima-se que existam apenas mil exemplares do Puruca na Ilha de Marajó. O cruzamento desordenado tem gerado preocupação entre pesquisadores, que alertam para a perda de características do animal, como resistência e adaptação ao ambiente local.

A Embrapa está realizando estudos para preservar a genética da raça. Amostras de DNA foram coletadas e enviadas para análise em Belém, buscando estratégias para evitar a extinção do Puruca.

Proteger o Puruca é valorizar uma parte única da cultura e do meio ambiente do Brasil. Cada exemplar remanescente carrega a essência de um animal pequeno em tamanho, mas gigante em importância.

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