A quadra nazarena tem movimentado as vendas dos feirantes do Ver-o-Peso, em Belém. O artesanato foi um dos setores mais impactados pelo crescimento econômico proporcionado pela festa de Nazaré. Os artesãos têm recebido os turistas desde o início da semana do Círio.
Há 34 anos trabalhando com artesanato de sementes, Solange Costa diz que o Círio é o melhor período do ano para vender bem. “Esse período é muito bom porque tem muitos turistas na cidade, então eles sempre querem levar uma lembrança para casa. É o momento que a gente trabalha bem mais, mas também ganha bem. Nessa época, os produtos referentes ao Círio são os que mais saem. São caderninhos de todos os tamanhos com a imagem de Nossa Senhora, ímãs, pequenas esculturas representando os romeiros na corda, os turistas gostam muito”, afirma a artesã, de 47 anos.
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Segundo Márcia Cardoso, 45, erveira, o Círio trouxe grande movimentação para o setor desde a quinta-feira que antecede a procissão e tem seguido após a romaria principal. “O movimento tem sido ótimo. A gente observou que tinham muito mais pessoas em Belém este ano, muitos turistas. A essência e os perfumes foram os produtos que mais saíram. Acho que devido aos nomes chamativos, engraçados, muitas pessoas levaram os cheiros cheirosos para dar de presente ou como lembrança do Pará”, observou.
No setor de polpas, as vendas também estão em alta durante a quadra nazarena. Apesar de não seguir a mesma demanda dos anos anteriores devido a reforma do Ver-o-Peso, o aquecimento do turismo no período do Círio tem garantido uma renda extra aos feirantes, que perceberam uma grande movimentação de visitantes, principalmente de fora do estado.
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“Esse ano o movimento foi um pouco menor porque as pessoas estão acostumadas a ir no nosso local certo, então a gente não teve toda aquela demanda, mas ainda assim o movimento tem sido muito bom. Teve muita gente vindo do interior do estado, mas muitos turistas de todo o Brasil. Então, o que eles mais queriam levar eram as polpas de cupuaçu e as lembrancinhas, que são os kits que a gente montou com nossas pimentas e a cerâmica”, disse a feirante Diana Fonseca, 34 anos.
Sábado, domingo de Círio e segunda e terça pós-Círio foram os dias que mais aqueceram o setor de refeição. De acordo com a feirante Maria Paula Campos, 60, o movimento não foi satisfatório para a quadra nazarena, já que depois desse período os consumidores “sumiram”. Mesmo assim, a alta procura garantiu um bom retorno aos trabalhadores deste setor.
“Quem mais vinha aqui era o pessoal do interior, veio muita gente, foi isso que movimentou aqui, mas parece que já foram tudo embora. Deu para tirar um dinheirinho bacana porque o movimento tava muito lento antes disso”, concluiu a boieira.