Dezembro, tradicionalmente um mês de celebração e renovada esperança, tem sido marcado por tragédias que chocam o Brasil e o mundo. Neste mês de 2024, um grave acidente na BR-116, em Minas Gerais, resultou na morte de dezenas de pessoas após a colisão entre um ônibus, um caminhão e um carro. Em Estreito, no Maranhão, a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Tocantins e Maranhão, neste domingo (22). Além disso, um acidente aéreo em Gramado, Rio Grande do Sul, causou comoção nacional ao tirar a vida de todos os passageiros a bordo. Por que isso acontece com tanta frequência nesta época do ano? Conversamos com representantes de diferentes crenças para entender como cada doutrina interpreta esses acontecimentos.

As celebrações de fim de ano têm origem em diversas tradições e culturas antigas. No hemisfério norte, o solstício de inverno marcava um momento de renovada esperança, com festivais como o Yule, dos povos germânicos, e o Saturnália, na Roma Antiga. Essas festas celebravam a luz e a vida em meio aos dias mais curtos e escuros do ano. Com o advento do cristianismo, muitas dessas tradições foram incorporadas à comemoração do Natal, instituído oficialmente no dia 25 de dezembro.

No Brasil, as festas de fim de ano ganharam um toque sincrético, misturando tradições cristãs com elementos da cultura afro-brasileira e indígena. Essas celebrações simbolizam tanto o encerramento de um ciclo quanto o nascimento de novos começos, carregando uma forte carga simbólica e espiritual.

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PARA OS EVANGÉLICOS

Por que o fim de ano parece concentrar tantas tragédias? Religiosos explicam
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Para o pastor José Moura, da Igreja Batista Esperança, os eventos trágicos que ocorrem em dezembro podem ser vistos como um alerta espiritual. “A Bíblia nos ensina que o mundo está sob constantes provas e tribulações. Muitas vezes, essas tragédias são reflexos da desconexão do homem com Deus. Dezembro é um mês de reflexão, mas também de distração, onde as pessoas muitas vezes se afastam da espiritualidade e se perdem em festas e consumismo. Isso nos lembra de voltar nossos olhos ao Criador”, explicou o pastor.

CATÓLICOS

Por que o fim de ano parece concentrar tantas tragédias? Religiosos explicam
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O padre Antônio Carlos, da Paróquia São Francisco, aponta que o mês de dezembro é um período de encerramento e balanço espiritual. “Dezembro é o Advento, um momento de preparação para o Natal, mas também de introspecção. Infelizmente, muitas pessoas não vivem esse tempo com o devido respeito e acabam se expondo a situações de risco. Por outro lado, cremos que Deus está presente em cada tragédia, trazendo conforto e esperança mesmo em meio ao caos”, afirmou o padre.

A DOUTRINA ESPÍRITA

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Para a espírita Maria Clara Andrade, as tragédias têm um significado mais profundo. “No Espiritismo, acreditamos que nada é por acaso. Esses acontecimentos muitas vezes estão ligados às leis de causa e efeito, que regem o universo. Dezembro, sendo um mês de fechamento de ciclos, pode trazer reajustes espirituais coletivos. Esses eventos são chamados de provações, que podem ser coletivas ou individuais, mas sempre têm um propósito de aprendizado e evolução”, destacou Maria Clara.

A UMBANDA

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Na visão de Pai Benedito de Ogum, líder umbandista, o mês de dezembro é energeticamente intenso. “Dezembro é um mês em que as energias se renovam. A natureza também responde a esse ciclo de transição, mas os desequilíbrios causados pela humanidade — como a exploração ambiental e a falta de respeito ao próximo — potencializam essas ocorrências. Devemos buscar harmonia com os Orixás e reforçar a conexão com nossos guias espirituais, principalmente neste período”, afirmou.

ASTROLOGIA

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Para a astróloga Helena Luz, os eventos trágicos de dezembro podem ser explicados pelo alinhamento planetário e as transições energéticas que ocorrem no final do ano. “Dezembro é regido pela entrada do Sol em Capricórnio, um signo que representa estrutura e responsabilidade. No entanto, o período também traz tensões astrológicas, como aspectos desafiadores entre Saturno e Marte, que podem simbolizar destruição e reconstrução. Esses movimentos astrais, combinados com o estresse coletivo do final de ano, criam um campo propício para acontecimentos intensos”, explicou.

Reflexão e preparação

Independentemente da crença, a mensagem de todos os líderes é clara: dezembro é um mês para reforçar a espiritualidade, a solidariedade e o cuidado com o próximo. Ao encarar os desafios com consciência e esperança, é possível transformar o encerramento do ano em um momento de aprendizado e renovação.

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