O avião presidencial do ditador venezulano Nicolás Maduro que estava na República Dominicana foi apreendido pelos Estados Unidos. Segundo informações de autoridades americanas, a aeronave foi adquirida de forma ilegal e violava sanções americanas e outras questões criminais.

A aeronave que era utilizada pelo presidente em viagens oficiais foi levada para a Flórida, o que aumenta ainda mais a tensão entre os dois países em um momento onde há uma pressão internacional devido os resultados das últimas eleições presidenciais na Venezuela, onde Maduro foi considerado eleito no último dia 28 de julho. O pleito é contestado pelos EUA.

O Secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland anunciou por meio de um comunicado a apreensão da aeronave. "O Departamento de Justiça apreendeu uma aeronave que alegamos ter sido comprada ilegalmente por US$ 13 milhões (R$ 73 milhões) através de uma empresa de fachada e contrabandeada para fora dos Estados Unidos para uso de Nicolás Maduro e seus comparsas" disse.

O avião de modelo Dassault Falcon 900 estava na República Dominicana antes de ser apreendido. Diversas agências federais americanas, incluindo o Departamento de Investigações de Segurança Interna, agentes do Comércio, Escritório de Indústria e Segurança e o Departamento de Justiça se uniram na operação.

Em entrevista à CNN, um oficial americano do Departamento de Justiça disse que o confisco "manda uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei, ninguém está fora do alcance das sanções dos EUA". As autoridades venezuelanas disseram que foram notificadas sobre a apreensão mas ainda não se manifestaram oficialmente sobre o assunto.

Desde as eleições, a Venezuela está mergulhada em uma grave crise política e a oposição afirma ter provas que comprovem a fraude do pleito e a vitória do candidato Edmundo González Urrutia.

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O governo de Maduro diz que rejeita acusações de autoritarismo e não divulgou os boletins de votação que legitimem sua vitória, ainda que os EUA, União Européia e outros países latino-americanos, incluindo o Brasil, tenham se recusado a reconhecer sua vitória sem antes ver o detalhamento do pleito.

"Maduro e seus representantes manipularam os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, proclamaram falsamente a vitória e realizaram uma repressão generalizada para manter o poder pela força", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos. A apreensão do avião "é um passo importante para garantir que Maduro continue sentindo as consequências de sua má gestão da Venezuela", acrescentou o porta-voz.

Após os resultados das eleições uma onda de violência tomou conta do país e deixou 27 mortos e pelo menos 192 feridos além de 2.400 pessoas detidas.

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