Imagens do submersível Titan, da OceanGate, que desapareceu em 18 de junho de 2023, durante uma expedição até os destroços do Titanic, foram divulgadas pela Guarda Costeira dos EUA nesta segunda-feira (16).

A cauda do veículo ficou preservada, enquanto a carcaça e outros destroços foram encontrados dias depois por um veículo operado remotamente.

"Essa descoberta levou à conclusão definitiva da perda catastrófica do submersível Titan e à morte de todos os cinco tripulantes a bordo", diz trecho do relatório da investigação. Os destroços do Titan estavam a 3,2 km de profundidade e a cerca de 480 metros do Titanic.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

Veículo implodiu pela pressão da água na alta profundidade
📷 Veículo implodiu pela pressão da água na alta profundidade |(Reprodução/Pelagic Research Services/Guarda Costeira dos EUA)

As audiências sobre o naufrágio, que estão acontecendo nos EUA para determinar as causas do acidente e uma eventual negligência, devem acabar por volta do dia 27 de setembro, quando a Guarda Costeira enviará o relatório final com recomendações ao governo dos EUA.

Caso algum crime seja identificado, o caso será encaminhado ao Departamento de Justiça. Especialistas já apontam fatores que podem ter levado à implosão. Entre eles, de acordo com a NBC News, estão o fato de que o submersível foi feito com materiais experimentais, como fibra de carbono, que ainda não foi testada em profundidades extremas. Já se sabe que o veículo implodiu por causa da pressão da água.

Pouco antes do acidente, quando a embarcação já estava a quase 2.500 metros de profundidade, um dos ocupantes disse estar "tudo bem aqui". As mensagens foram divulgadas pela Guarda Costeira.

Titan e navio Polar Prince trocaram mensagens durante a submersão. A maioria dos textos usa códigos, como "a", que significa "recebi sua última mensagem", e "aa" (abreviação informal do código Morse para "fim da linha"). As duas partes também utilizaram a letra "k" para confirmar que os respectivos sistemas de comunicação estavam funcionando normalmente.

Submersível chegou a ficar 15 minutos sem responder. Às 9h53, o Polar Prince enviou a primeira mensagem perguntando se o Titan conseguia localizá-lo em seu sistema de comunicação. Sem resposta, o navio repetiu a pergunta diversas vezes. O retorno do Titan — "k" — só veio 15 minutos depois, às 10h08.

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Polar Prince cobrou retornos melhores do Titan. O submersível, então, justificou a demora na resposta dizendo que havia "perdido" o sistema e as configurações do chat com o navio de apoio. Depois, PH — que, acredita-se, era Paul-Henry Nargeolet, considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic — escreveu: "Está tudo bem aqui".

Última mensagem foi enviada pelo Titan às 10h47. A embarcação avisou ao Polar Prince que havia jogado fora dois pesos de queda — uma prática adotada em submersíveis para torná-los mais leves e, assim, ajudar no controle da flutuabilidade e no processo de descida e subida, por exemplo. Naquele momento, o Titan estava a uma profundidade de pouco mais de 3.300 metros.

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