A ciência diz que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Com todo esse tempo, sabe-se que diversas civilizações se perderam ao longo dos milênios, motivo pelo qual pesquisadores estejam cada vez mais empenhados e debruçados em pesquisas na busca das lendárias "cidades perdidas". E foi o que aconteceu com pesquisadores e cientistas no Uzbequistão, situado na Ásia Central.
Após permanecerem enterradas por séculos sob pastagens nas montanhas do Uzbequistão, duas antigas cidades, localizadas a cerca de 5 quilômetros uma da outra, foram finalmente mapeadas por arqueólogos.
Os assentamentos, que um dia foram considerados pontos estratégicos na Rota da Seda, foram misteriosamente abandonados e agora estão sendo redescobertos graças à utilização de tecnologia avançada.
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A descoberta foi feita com o auxílio de LiDAR, um equipamento de varredura por laser transportado por drones, capaz de detectar estruturas encobertas pela vegetação. As imagens capturadas revelaram dois grandes centros urbanos medievais, repletos de fortalezas, torres de vigia, complexos edifícios, praças e caminhos, sugerindo que os locais poderiam ter abrigado dezenas de milhares de pessoas.
Os achados, publicados na revista Nature e pela CNN Brasil, surpreenderam a comunidade científica, principalmente pela altitude dos assentamentos, localizados a mais de 2 mil metros acima do nível do mar. "A vida nesses locais teria sido extremamente difícil, especialmente durante os meses de inverno", afirmou Michael Frachetti em entrevista para a CNN Brasil. Frachetii é antropólogo e principal autor do estudo, que também é professor de arqueologia na Universidade de Washington, em St. Louis.
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Atualmente, apenas 3% da população mundial vive em altitudes tão elevadas, segundo o estudo. Exemplos de assentamentos históricos em montanhas são raros, como Machu Picchu, no Peru, tornando a descoberta das cidades no Uzbequistão ainda mais intrigante.
Escavações preliminares estão em andamento para desvendar quem foram os fundadores dessas enigmáticas cidades perdidas e por que decidiram viver em condições tão extremas.
LiDAR revela detalhes impressionantes
Os dados coletados pelo LiDAR mostraram que Tugunbulak ocupava uma área de 1,2 km², com mais de 300 estruturas de tamanhos variados. Já Tashbulak, com área de 0,12 a 0,15 km², incluía uma cidadela cercada por fortificações. Os pesquisadores estimam que Tashbulak foi habitada entre os séculos VI e XI, enquanto Tugunbulak permaneceu ativa do século VIII ao XI.
A origem e o motivo do abandono dessas cidades continuam envoltos em mistério. "Essas histórias se tornarão mais claras à medida que nos aprofundarmos na arqueologia", disse Frachetti. Até agora, não há indícios de que os locais tenham sido destruídos por guerra ou incêndios, mas as investigações estão em curso.