Uma cefaleia de enxaqueca é geralmente uma dor pulsátil ou latejante que varia de moderada a grave. Ela pode afetar um ou ambos os lados da cabeça. Frequentemente, é agravada pela atividade física, luz, sons ou odores e acompanhada por náuseas, vômitos e sensibilidade a sons, luz e/ou odores.
Cientistas da Dinamarca decifraram o mecanismo, que até então, desconhecido pelo qual as crises de enxaqueca são desencadeadas. Isto poderia abrir caminho para novos tratamentos, relatam os pesquisadores na revista Science.
Em cerca de 15% dos pacientes com enxaqueca, os ataques de dor são precedidos por um distúrbio visual ou sensorial, a chamada aura. Isso significa que as pessoas afetadas podem ter tremulação ou sentir dormência no rosto. Os sintomas podem durar de cinco a 60 minutos, seguidos por enxaquecas.
Embora a ciência possa explicar por que os pacientes experimentam uma aura, tem sido um mistério como surgem as dores de cabeça e por que geralmente são unilaterais.
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, fornece agora uma possível explicação pela primeira vez.
Enxaqueca: proteínas ativam células nervosas
Usando técnicas de última geração, como a espectrometria de massa, os especialistas demonstraram que as proteínas liberadas do cérebro durante uma enxaqueca com aura são transportadas com o líquido cefalorraquidiano para os nervos sinalizadores da dor responsáveis pela dor de cabeça.
Segundo os pesquisadores, essas proteínas ativam as células nervosas do crânio, que pode ser descrita como a porta de entrada para o sistema nervoso sensorial periférico.
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Os pesquisadores dizem que o estudo conseguiu identificar o principal canal de comunicação entre o cérebro e o sistema nervoso sensorial periférico.
Segundo eles, essa é uma via de sinalização até então desconhecida que é importante para o desenvolvimento de enxaquecas e também pode desempenhar um papel em outros distúrbios de cefaleia.
Dor de cabeça: as substâncias não atingem todo o espaço cerebral
O estudo também esclarece por que as enxaquecas ocorrem frequentemente de um lado. Segundo os cientistas, a “proteína da dor” identificada incluía uma série de outras proteínas além do CGRP, proteína já ligada às enxaquecas e utilizada em tratamentos existentes. Eles agora esperam que as proteínas identificadas – além do CGRP – possam ser utilizadas no desenvolvimento de novos tratamentos preventivos.