O ano de 2024 foi marcado por inúmeros acontecimentos, sobretudo no que diz respeito às mudanças climáticas. Aqui no Brasil, por exemplo, tivemos a maior enchente da história do Rio Grande do Sul e em outras partes do mundo, furacões, tempestades e secas tiraram a vida de muitas pessoas.
Segundo estudiosos do clima, essas alterações que vêm acontecendo no mundo ao longo do tempo são consequências da ação humana, por isso, vamos relembrar algumas delas.
Furacões violentos nos EUA
Os Estados Unidos historicamente sofrem com furacões que devastam cidades inteiras e causam a morte de pessoas, além de perdas materiais. Em 2024, o país foi marcado por furacões de grabnde impacto: Milton, Helene e Beryl.
Juntos, os fenômenos deixaram centenas de mortos e geraram prejuízos bilionários. O furacão Helene foi o mais mortal. De categoria 4, ele atingiu a costa dos EUA em 26 de setembro e provocou inundações devastadoras na Flórida, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia. As fortes chuvas deixaram comunidades inteiras do oeste da Carolina do Norte em ruínas.
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Com 232 mortes confirmadas em seis estados, Helene se tornou o segundo furacão mais letal a atingir o país nos últimos 50 anos. As perdas econômicas foram estimadas em US$ 47,5 bilhões.
No mês de outubro, o furacão Milton atingiu a Flórida como uma tempestade de categoria 3. Embora menos destrutivo que Helene, ele foi considerado um dos mais perigosos dos últimos tempos pelas autoridades americanas, deixando ao menos 11 mortos e gerando um prejuízo de US$ 50 bilhões.
Outro fenômeno que chamou atenção foi o furacão Beryl, que se tornou o primeiro de categoria 5 a atingir o Caribe durante o mês de junho.
A rápida forma com que o furacão se desenvolvimento em associação com o aquecimento às águas do Oceano Pacífico apontou para uma tendência preocupante de maior intensidade nas temporadas furacões. Beryl deixou 11 mortos ao atravessar o Caribe, levantando alertas para a região.
Enchentes devastadoras na Espanha e no Brasil
O ano também foi marcado por enchentes catastróficas na Espanha e no Brasil.
Na Espanha, temporais intensos atingiram Valência, Castilla-La Mancha e Andaluzia em novembro.
Com 216 mortos e 16 pessoas desaparecidas, a tragédia afetou diversas comunidades, especialmente idosos que tiveram dificuldades em alcançar zonas seguras.
Em Valencia, a catástrofe deixou um saldo de 190 mortos, sendo a maioria idosos com mais de 70 anos.
No Brasil, a maior enchente já registrada no Rio Grande do Sul, que ocorreu entre abril e maio de 2024, causou danos sem precedentes. Com 183 mortes confirmadas e 27 pessoas ainda desaparecidas, mais de 800 mil moradores foram diretamente afetados.
Das 497 cidades do estado, 484 sofreram com a invasão das águas, que destruíram casas, comércios, rodovias, estádios e equipamentos públicos. A catástrofe foi sentida na flora e fauna, com áreas de conservação destruídas e animais sendo deslocadas de suas regiões naturais.
Seca extrema
Enquanto o Sul sofria com fortes enchentes, na região central do país a seca extrema castigava moradores, fauna e flora. A forte estiagem atingiu as principais capitais do Centro-Oeste, com Cuiabá (MT), Goiânia (GO) e Brasília (DF) ficando mais de 150 dias sem registrar chuvas.
Com tempo seco e com poucas chuvas, o cenário ficou propício para o aumento das queimadas em 2024. De janeiro a novembro de 2024, o Monitor do Fogo, do MapBiomas, apurou que foram consumidos pelo fogo 29,7 milhões de hectares, um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2023.
No ano passado, foram 14 milhões de hectares queimados. A área afetada pelos incêndios neste ano equivale ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul. Em números absolutos, a Amazônia foi o bioma com maior área queimada, representando 57% do total, o equivalente a 19,9 milhões de hectares. O segundo bioma mais atingido pelo fogo foi o Cerrado, com 9,6 milhões de hectares.