Quem já levou para casa um cão ou gato filhotinho sabe que os primeiros meses de convivência são desafiadores. É o que afirma a veterinária Bárbara Scherer. “Quando olhamos para aquelas bolinhas de pelos não imaginamos quanta energia eles têm para gastar!”, afirma. 

Segundo a profissional, os filhotes passam por desafios no primeiro ano de vida, pois não é fácil deixar de conviver com a mãe e irmãos e ir para um lugar que nunca viu. “Assim que chegam, o universo é novo à sua volta. Uns choram, outros latem e miam bastante”, exemplifica Bárbara, informando que para amenizar esse estresse, só há uma fórmula: paciência, atenção, carinho e acolhimento.

“É importante disponibilizar comida de qualidade, água limpa e fresca, tapete higiênico ou caixa de areia, local para descanso e objetos próprios para enriquecer o ambiente”, pontua a veterinária. 

Logo nos três primeiros meses, os pets trocam a dentição decídua (dente de leite) pela permanente e, para a surpresa de muitos tutores, a mastigação de objetos da casa se torna constante.

“A culpa é do incômodo que sentem na gengiva, que os levam a fazer os sapatos e móveis de brinquedos de morder”, brinca Bárbara, informando que a dica é presenteá-los com brinquedos próprios para este fim. 

Em relação ao comportamento, a veterinária conta que os gatos são mais noturnos e solitários, adaptando-se bem à vida de “filho único”. Já os cães, animais de comunidade, gostam de estar rodeados de amigos caninos sempre que possível.

“Os felinos, ancestralmente, caçavam melhor ao anoitecer por terem visão noturna aprimorada e têm as patas dianteiras como aliadas para se defender e explorar o mundo, com garras afiadas e retráteis. Já os cães têm o olfato e audição mais aguçados e se comunicam com o mundo externo através da boca, mordendo ou lambendo. Gatos têm melhor memória que os cães, mas não aprendem truques com a mesma facilidade”, detalha Bárbara. 

Nos fatores saúde e alimentação, os filhotes contam apenas com a imunidade que receberam da mãe por meio da placenta e do colostro, a amamentação das primeiras 24 horas.

“Nesse ponto, a vacinação é primordial para o desenvolvimento do sistema imunológico e de combate às doenças, bem como a vermifugação, que deve começar a partir do primeiro mês de vida, seguindo, então, o calendário de reforço. A alimentação deve ser específica para filhotes, com atenção à quantidade e qualidade necessárias para cada raça e peso. Oferecer a mesma comida que a nossa, por mais que eles insistam, nem pensar, pois pode gerar problemas digestivos”, alerta Bárbara. 

Para auxiliar os tutores, a profissional indica alguns medicamentos ideais para essa fase da vida dos pets.

“Há o colostro manipulado para pets que, por algum motivo, não puderam ser amamentados pelas mães e formulações de vermífugos líquidos, facilmente ministrados a filhotes. Além disso, há sachês para tratamento de coprofagia, afastando o hábito que algumas raças têm de ingerir as fezes, e também formulações para banho seco e lenços umedecidos, indicados para a higiene dos pets bebês que ainda não completaram o protocolo vacinal e, por conta disso, não podem ir ao pet shop. Os desafios desse período são muitos, mas entendendo os estágios, comportamentos e necessidades tudo será mais tranquilo”, finaliza a veterinária.

Foto: Reprodução/Freepik

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