O perfil do ciclista que circula por Belém chegou a ser traçado pela última edição disponível da pesquisa ‘Perfil do Ciclista Brasileiro 2021’, organizada pela Transporte Ativo e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABMOB-UFRJ). Na ocasião, foram entrevistados mais de 10 mil ciclistas em 16 cidades de diferentes tamanhos e localizadas nas diferentes regiões brasileiras, entre elas Belém. E o que se observou é que 88,9% dos entrevistados em Belém usam a bicicleta para se deslocar até o trabalho e 25,4% usam a bicicleta para ir à escola ou faculdade.

Quando questionados sobre a motivação que os leva a usar a bicicleta, 46% dos ciclistas entrevistados em Belém destacaram a rapidez e a praticidade proporcionada pelo veículo de duas rodas e outros 21,7% apontaram o custo como o principal motivador para pedalar. Considerando que 31,7% dos ciclistas entrevistados na capital paraense tinham renda entre um e dois salários-mínimos, essa relação com o custo fica ainda mais significativa.

Ainda no que se refere à motivação, 50,1% dos entrevistados consideraram que a melhoria em infraestrutura seria um estímulo para pedalar mais. As pesquisas para o Perfil do Ciclista Brasileiro 2024 ainda estão em fase de aplicação dos questionários nas ruas e entrada de dados no formulário online. O fechamento do relatório final está previsto para encerrar no final de dezembro.

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Para o vigilante Otaviano Santos, 48 anos, o número de pessoas que dependem ou optam pela bicicleta para se locomover em Belém deve ser maior do que há alguns anos. Sempre que possível, ele busca se locomover pela bicicleta e tem observado que cada vez mais pessoas fazem o mesmo. O que não acompanha essa evolução, na sua opinião, é a estrutura do trânsito.

“É preciso muita melhoria, ter mais ciclofaixas porque é bem complicado andar de bicicleta na cidade. Eu vou daqui da avenida José Malcher até o Paar. São 20 km e a maior parte não tem ciclofaixa, então, é muito arriscado, não pode vacilar”, relata, ao destacar outro problema que acredita que precisa ser solucionado, o da educação no trânsito. “Se as pessoas respeitassem, tudo bem, mas isso não acontece. Então, precisa de educação pra quem está no trânsito também. É muito tráfego de carro, não tem ciclofaixa, o transporte público também é complicado”.

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Já para o autônomo Geraldo Martins, 64 anos, que precisa circular diariamente pela região do Centro Comercial de Belém, a solução para a mobilidade urbana em Belém precisaria passar por uma melhor gestão. “É preciso melhorar essas ruas obstruídas no centro. Fica tudo obstruído e o carro não consegue passar, fica complicado transitar porque o carro tem que dar um balão grande, lá embaixo. Isso é problema de mau gestor que acaba gerando estresse o tempo todo no trânsito e isso impacta a saúde das pessoas”.

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