Os usuários do transporte público no município de Belém, mais precisamente na avenida Almirante Barroso, têm enfrentado dificuldades ao aguardar os ônibus devido ao péssimo estado das paradas. O DIÁRIO visitou alguns pontos que estão em situação crítica e locais que funcionam como paradas, mas não possuem abrigos.
Na Almirante com a travessa Humaitá, um grande volume de passageiros esperava os ônibus de forma apreensiva, no fim da tarde, devido às nuvens carregadas que ameaçavam despencar. “Aqui é complicado, principalmente nessa área aqui. Quando tem chuva, a gente se abriga por aí e fica todo mundo apertado, amontoado. Tem que procurar uma marquise de uma loja, de um empresário, porque não tem o ponto”, afirma Anílson Teixeira, 43, supervisor de refrigeração.
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Como trabalha perto, Teixeira utiliza os pontos da região do Marco todos os dias e diz que o calor também é intenso nos dias de sol, pois nem sempre há sombra para se proteger. Ele cobra uma solução por parte das autoridades. “Não está fácil, né? Porque pelo imposto que a gente paga, é para a gente viver num primeiro mundo. E o BRT não entregou e não entrega o que a gente queria”. Devido à demora do coletivo que Teixeira esperava, ele acabou improvisando um assento em uma caixa que estava na rua.
Já entre as travessas Timbó e Estrela, até existe o abrigo, mas sem o teto. A dona de casa Maria do Socorro Maciel, 54, aguardava o coletivo e, diante do tempo fechado, torcia para que o ônibus chegasse mais rápido do que a chuva. Na opinião dela, além de conservar melhor o espaço, a população deveria cobrar o poder público para solucionar o problema. “O povo também não cobra. Se você vai para o Sul, lá se você jogar uma coisa na rua e a pessoa que está lá ver, ele vai te cobrar. E se tiver uma coisa suja, ele vai cobrar lá do prefeito. Aqui não, as pessoas são acostumadas a não cobrar, não exigir”.
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Entre as travessas Angustura e Lomas Valentinas, a parada não possui abrigo. Os passageiros costumavam se refugiar da chuva em frente a uma loja, ao lado da passagem Santo Antônio, mas o dono do empreendimento decidiu cercar a marquise, piorando a situação dos usuários quando chove. Essa medida incomodou o vendedor de doces Edivaldo Pereira, 62, que possui um carrinho de produtos nas proximidades e observa diariamente a dificuldade da população. “O sofrimento do povo quando chove não é fácil. É cruel”, diz.
O DIÁRIO entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Belém, mas até o fechamento desta edição, não houve retorno.