Desde 1º de janeiro, o salário mínimo oficial no país é de R$1.518,00, um reajuste nominal de 7,50% e aumento real de 2,5%.
O reajuste aplicado corresponde à inflação de 4,84%, que é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE), para o período de dezembro de 2023 a novembro de 2024, acrescida do percentual de 2,5%. De acordo com o Dieese-PA, no ano de 2023 o valor do salário mínimo foi fixado em R$1.302,00, com aumento real de 1,41%. Já em janeiro de 2024, passou para R$1.412, com variação nominal de 8,45% e aumento real de 4,69% na comparação com janeiro de 2023.
IMPACTOS
Cerca de 59,9 milhões de pessoas têm rendimento referenciado no salário mínimo, indica o Dieese Pará. Portanto, entre os impactos da elevação do salário mínimo na economia deste ano, estima-se que a renda adicional gire em torno de R$89,2 bilhões e a arrecadação tributária adicional de R$48 bilhões.
O departamento também aponta que o acréscimo de cada R$1,00 ao salário mínimo tem impacto estimado de R$365,9 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social. Assim, os R$1.518,00 (R$106,00 a mais) significam custo adicional ao ano de cerca de R$38,9 bilhões. Na economia da região Norte, o Dieese Pará estima que com o novo aumento do salário mínimo sejam injetados cerca de R$385 milhões ao mês, envolvendo todos os sete Estados, alcançando aproximadamente 3,7 milhões de trabalhadores ocupados. No Estado do Pará, cerca de R$199 milhões deverão ser injetados.
Apesar disso, o supervisor técnico do departamento, Everson Costa, avalia que, considerando o custo de vida do paraense, o novo salário mínimo ainda não é o ideal para atender as necessidades básicas do trabalhador.
Quer saber mais notícias do Pará? Acesse nosso canal no Whatsapp
“A nossa grandeza econômica não tem uma relação direta com essa distribuição de renda dentro do Estado, tanto é que um dos maiores custos do trabalhador, da família, é com alimentação, considerando que estamos vindo de uma trajetória alta dos alimentos que compõem a cesta básica”, disse. O supervisor técnico também avalia que mesmo que distante de suprir todas as necessidades, o novo salário mínimo consegue manter minimamente a condição de ganho em reposição inflacionária aos trabalhadores. Além disso, pontua que o Pará é o décimo segundo Estado que mais gera emprego no Brasil, por isso é preciso pensar num salário regional que eleve a condição do paraense.
“Pode-se começar a debruçar sobre isso, para o paraense ter acesso a bens e produtos, serviços, e sua própria condição de vida”, ressalta.