Informações divulgadas na tarde desta quarta-feira (17) pelo jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, revela que um grupo de empresários que apoia Jair Bolsonaro defende abertamente um golpe de Estado caso Lula vença as eleições em outubro.

O grupo de WhatsApp Empresários & Política, foi criado ano passado e as trocas de mensagens vêm sendo acompanhadas há meses pela coluna de Amado.

Segundo o jornalista, além da defesa explícita de um golpe, há também ataques sistemáticos ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a quaisquer pessoas ou instituições contrarias a mandatário.

O grupo reúne grandes empresários de diversas partes do Brasil, como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro; Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono da marca de surfwear Mormaii.

O golpe para impedir a eventual posse de Lula ficou explícito no dia 31 de julho. José Koury, proprietário do shopping Barra World, foi quem abordou o tema. Segundo ele,  preferia uma ruptura à volta do PT.

Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado
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Além disso, Koury defendeu ainda que o Brasil voltar a ser uma ditadura não impediria o país de receber investimentos externos. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, publicou no grupo

“Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, publicou Ivan Wrobel, proprietário da W3 engenharia.

O ato na Avenida Atlântica, em Copacabana, está previsto para o Sete de Setembro, e de fato terá um desfile militar, com presença do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

 “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, escreveu Marco Aurélio Raymudo

“O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, defendeu André Tissot, 

Mensagens anteriores já indicavam o grau de radicalismo entre alguns dos empresários do grupo. No dia 17 de maio, Morongo, da Mormaii, propôs ações extremas para defender Bolsonaro, citando casos como a Revolução Francesa e a Guerra Civil dos EUA.

“Se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis! A espécie humana SEMPRE foi muito violenta. Os ‘bonzinhos’ sempre foram dominados… É uma utopia pensar que sempre as coisas se resolvem ‘na boa’. Queremos todos a paz, a harmonia e mãos dadas num mesmo objetivo… masssss [sic] quando o mínimo das regras que nos foram impostas são chutadas para escanteio, aí passa a valer sem a mediação de um juiz. Uma pena, mas somente o tempo nos dirá se voltamos a jogar o jogo justo ou [se] vai valer pontapé no saco e dedo no olho”, escreveu.

Veja algumas conversas

Empresários bolsonaristas defendem golpe de Estado
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O grupo de WhatsApp Empresários & Política reúne donos da Havan, Coco Bambu, Mormai, entre outros Foto: (Reprodução

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