O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu pela demissão de Silvio Almeida, que era titular do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), na noite desta sexta-feira (6). Segundo a ONG Mee Too, na noite da última quinta-feira (5), 14 mulheres haviam denunciado Almeida por assédio sexual, entre elas, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.

A decisão foi tomada após reunião com o agora ex-ministro, no Palácio do Planalto, onde o teor da conversa foi de que a permanência dele no cargo seria insustentável. "O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual", afirmou nota da Presidência.

Na realidade, devido a repercussão do caso, a demissão de Silvio Almeida já era esperada, inclusive pelo próprio presidente. Por exemplo, numa entrevista dada para uma emissora de Goiânia (GO), na manhã desta sexta-feira, Lula havia indicado que iria afastar Almeida.

"O que eu posso antecipar para você é o seguinte: alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência. Ele tem o direito de se defender. Vamos ter que apurar corretamente, mas eu acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, inclusive dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio", disse Lula. (Veja o trecho da entrevista abaixo)

Por conta disso, o presidente fez uma reunião sobre o caso com os ministros Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), Vinicius Carvalho, da Controladoria-Geral da União (CGU) e Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, devido à gravidade e repercussão do assunto.

Para mostrar que deu atenção e dar celeridade ao caso, ainda na noite da divulgação do caso na noite da última quinta-feira, Silvio Almeida havia sido chamado a prestar esclarecimentos para a AGU e CGU. Além disso, o Palácio do Planalto ainda acrescentou que a Comissão de Ética Pública da Presidência iria abrir de ofício um procedimento para investigar o caso.

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Além disso, as denúncias contra Silvio Almeida viraram o assunto do dia, com pessoas ansiosas por alguma manifestação do caso, como da ministra Anielle Franco, que até o momento ainda não se manifestou publicamente, tanto nas redes sociais como para a imprensa.

O certo é que pessoas do Governo Federal mostraram apoio a Anielle e às demais vítimas, como o caso da primeira-dama Janja Lula que postou uma foto com a ministra da Igualdade Racial sem legenda, mas que foi uma forma de representar apoio.

Primeira-dama Janja usa sua rede social para demonstrar apoio a Anielle Franco
📷 Primeira-dama Janja usa sua rede social para demonstrar apoio a Anielle Franco |Reprodução/Instagram

Essa mesma demonstração foi feita por outros ministros e amigos, que também postaram fotos com Anielle Franco seguida de textos que expressavam solidariedade a ela. Mas, para alguns, esses registros indicavam que eles já sabiam que a ministra havia mesmo sido assediada por Silvio Almeida.

Diante dos fatos, o ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania se pronunciou ainda na noite da denúncia, dizendo que as denúncias seriam infundadas e que iria contribuir com as investigações sobre o caso.

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