O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a perda imediata do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e anulou a votação realizada pela Câmara dos Deputados que havia mantido a parlamentar no cargo. Pela decisão, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), deve empossar o suplente Adilson Barroso (PL-SP) em até 48 horas.
Moraes é relator de um dos processos penais em que Zambelli foi condenada e afirmou que a Câmara tinha apenas a atribuição de comunicar a perda do mandato, não deliberar sobre a decisão judicial. Para o ministro, a votação que preservou o mandato ocorreu em desacordo com a Constituição.
Na quarta-feira (10), o plenário da Câmara rejeitou a cassação de Zambelli por 227 votos a 170. Eram necessários 257 votos para a perda do mandato, e o processo foi arquivado. A determinação do STF, no entanto, invalida o resultado.
Condenações de Carla Zambelli
Carla Zambelli foi condenada em duas ações penais:
- 10 anos de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
- 5 anos e 3 meses de prisão por perseguição armada a um apoiador do presidente Lula durante a campanha eleitoral de 2022.
- A deputada está presa na Itália desde junho, após deixar o Brasil. O governo brasileiro pediu sua extradição, que segue em análise pela Justiça italiana.
Quem é Adilson Barroso, suplente que deve assumir a vaga
Adilson Barroso, mineiro e filiado ao PL de São Paulo, é o primeiro suplente da legenda no estado, com mais de 62 mil votos nas eleições de 2022. Ele já assumiu o mandato em ocasiões anteriores, entre 2023 e 2025, durante a licença do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), que ocupou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
Barroso atua politicamente desde os anos 1980. Foi:
- vereador em Barrinha (SP) em 1988 e 1992;
- vice-prefeito da cidade entre 1997 e 2002;
- deputado estadual pelo Prona de 2003 a 2010;
- vereador novamente em 2016.
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Também integrou a fundação do Partido Ecológico Nacional (PEN), que depois passou a se chamar Patriota. Ele deixou a presidência do partido após divergências internas sobre negociações envolvendo Jair Bolsonaro, filiou-se ao PL em 2021 e, em 2022, tornou-se suplente de deputado federal.
Nas redes sociais, Barroso se apresenta como aliado político de Jair Bolsonaro e figuras do mesmo campo ideológico.
