Desde 2019, quando a homofobia foi tipificada como crime no Brasil, inúmeras denuncias de preconceito surgiram. Infelizmente, mais um caso de discriminação tem repercutido na web.

Um casal de São Paulo denunciou ter sido vítima de homofobia após uma loja se recusar a fazer convites para o casamento deles. O caso aconteceu quando Henrique Nascimento, 29, e Wagner Soares, 38, solicitaram um orçamento para convites de casamento em um ateliê localizado na capital paulista.

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De acordo com Henrique Nascimento, o atendimento transcorria normalmente até que ele mencionou que os noivos eram dois homens. A partir desse momento, a loja se recusou a atender o casal, alegando que não fazia "convites homossexuais".

Loja recusa trabalho para casal gay e fala em "heterofobia"
📷 |Reprodução

O casal registrou um boletim de ocorrência por homofobia no 73° DP (Jaçanã), que foi remetido para o Decreadi (Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância) para investigação. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que o Decradi já entrou em contato com as vítimas e está investigando o crime de discriminação.

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Em nota enviada à imprensa, Henrique Nascimento expressou a indignação: "Foi a pior sensação do mundo, eu me senti como se fosse o errado, o bandido, pela forma como foi conduzido o registro do boletim de ocorrência."

Após a recusa da loja, Henrique e Wagner enviaram um texto lamentando a decisão. "É com profunda decepção que expressamos nossa insatisfação com a recusa para o nosso casamento, simplesmente por sermos um casal homossexual. Ficamos chocados e entristecidos ao sermos informados de que nossa orientação sexual era motivo para negar nossos convites de casamento".

Posicionamento da empresa

Após a repercussão do caso nas redes sociais, o ateliê Jurgenfeld, publicou uma nota de repúdio nas redes sociais.

A empresa justificou sua recusa alegando seguir princípios cristãos e mencionou "heterofobia" em sua nota de repúdio. "Existe 'heterofobia?' Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia desse século (...) Hoje, chegamos ao nosso ápice. Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de não realizarmos casamento ou eventos homossexuais", diz a nota publicada no Instagram.

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Em um vídeo também publicado no Instagram, os responsáveis pela empresa explicam que têm recusado serviços a casais homossexuais há dois anos. "Mas hoje foi a gota d'água. Fomos retaliados por um casal que não aceitou a nossa posição, a nossa opinião, e tem de fato feito comentários no nosso Instagram, dizendo que homofobia é crime (...) Nós nos posicionamos assim, e estamos sendo tachados de homofóbicos. Nós temos que aceitar aquilo que elas são, mas as pessoas não podem aceitar que nós escolhemos fazer dessa maneira e trabalhar dessa forma", diz um dos donos do ateliê.

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