O número de exames para diagnóstico de glaucoma, no SUS, aumentou em 26%, nos três primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2021. O levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), leva em conta as informações oficiais do Datasus, do Ministério da Saúde. O CBO estima também que o Brasil tem cerca de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma. Mas é importante lembrar que esse número se refere aos diagnósticos confirmados após exames. Muitas pessoas têm a doença e não sabem ainda.

De acordo com dados do Datasus, no Pará ocorreram 175 internações por glaucoma em 2020 e 14 internações de janeiro a março de 2021 na rede pública.

O glaucoma é uma condição capaz de afetar os olhos, causando danos ao nervo ocular e fazendo com que o paciente tenha seu campo visual reduzido aos poucos. Se o glaucoma não for tratado, o paciente pode ser levado à cegueira. No Brasil, o dia 26 de maio foi escolhido como o Dia Nacional de combate Glaucoma, e por isso foi criado o maio verde como o mês de prevenção e combate a essa doença crônica.

A oftalmologista Mônica Alves explica os riscos do glaucoma.
📷 A oftalmologista Mônica Alves explica os riscos do glaucoma. |Divulgação

Para a médica oftalmologista, Dra. Mônica Alves, a busca pelo conhecimento sobre o glaucoma é primordial para alertar a população. “Por ser uma doença silenciosa em que muitas vezes não tem sintomas. Apenas através de uma avaliação oftalmológica com algum especialista com a realização de exames de rotina aplicados, é possível rastrear seu aparecimento e diagnosticar o mais precoce possível”, alerta.

O tipo mais comum do glaucoma é de ângulo aberto, responsável por 80% dos casos, também chamado de glaucoma crônico, essa modalidade de glaucoma também é causada pelo aumento da pressão ocular, só que tem evolução mais lenta. Outro é de ângulo fechado, que geralmente afeta pacientes de idade mais avançada e é causado por uma alteração anatômica, que faz com que o formato do olho mude e acabe por aumentar a pressão interna do olho. Esse aumento costuma ser súbito e de evolução rápida, levando o paciente à diminuição acelerada da visão. Ele também é chamado de glaucoma agudo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que essa doença está relacionada a históricos familiares, e pode atingir entre 1% e 2% da população na faixa etária dos 40 anos em diante, e também afrodescendentes, míopes, diabéticos ou usuários de colírios com corticoide na composição.

Em seus estágios avançados, os sintomas podem incluir: Perda gradual da visão lateral; Dor forte e súbita em um dos olhos; Visão embaçada ou com a impressão de ser menor do que antes; Olhos vermelhos e inchados; Náuseas e vômitos; Dores na testa; Lacrimação e Sensibilidade à luz. A médica comenta ainda que “O glaucoma causa perda lenta e progressivas dos neurônios retinianos refletindo em atrofia aumento da escavação do nervo óptico como sinal principal, sendo ainda é a primeira causa de cegueira irreversível no mundo.”. Explica.

A doença não tem cura, mas existe o controle. “Se o paciente seguir o tratamento com visitas periódicas, o uso correto de colírios que serão para vida toda e manter pressão intraocular ideal para não haver progressão”, finaliza a Dra. Mônica Alves.

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