O transplante alogênico é aquele em que o paciente recebe medula óssea de um doador, que pode ser parente ou não do paciente.

O transplante foi realizado em uma mulher de nome Crislene, paciente de 50 anos, em Belém, diagnosticado com leucemia mieloide aguda, que é considerada uma das formas mais graves da doença.

“Trata-se de um transplante aparentado. É uma história muito bonita, pois a paciente possui 08 irmãos, alguns somente por parte de pai. O doador compatível, o Luciano, é meio irmão dela, morador de Xinguara, mas eles não se conheciam pessoalmente. Mesmo assim, ele topou fazer o exame de compatibilidade de medula. Ele veio para Belém e ficou muito feliz em poder ser o doador da Crislane”, afirma o hematologista responsável pelo transplante, Dr. João Saraiva.

O transplante de medula é um tratamento que pode beneficiar pacientes com doenças em diferentes estágios, como leucemias, linfomas, anemias graves, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, erros inatos de metabolismo, mieloma múltiplo e doenças autoimunes. O procedimento consiste em substituir uma medula óssea deficiente por células normais de medula óssea, com a finalidade de reconstituir uma medula saudável. “O problema é que, apesar do Brasil ser o terceiro país no mundo em número de doadores, a chance de encontrar medula compatível é de uma em cem mil. Mais de 80 doenças tem indicações de realização de transplante de medula óssea para tratamento.

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Em geral o processo do Transplante Alogênico de Medula Óssea é complexo e requer um passo a passo bem orquestrado para que seja bem sucedido, como por exemplo:

1. Avaliação do Paciente e do Doador:

- Ambos passam por exames para verificar compatibilidade e saúde geral.

2. Coleta de Células-Tronco do Doador:

- As células-tronco podem ser coletadas da medula óssea (geralmente do osso do quadril) ou do sangue periférico (após estímulo com medicamentos para aumentar as células-tronco no sangue).

3. Preparação do Paciente (Condicionamento):

- O paciente recebe quimioterapia e/ou radioterapia para destruir sua medula óssea doente e preparar o corpo para receber as novas células.

4. Transplante:

- As células-tronco do doador são infundidas no paciente através de uma veia, semelhante a uma transfusão de sangue.

5. Pós-Transplante:

- O paciente é monitorado de perto para observar a recuperação da medula óssea e a produção de novas células sanguíneas.

- Medicamentos imunossupressores são administrados para prevenir a rejeição do transplante e a doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH).

6. Reabilitação e Monitoramento:

- O paciente continua sendo monitorado por várias semanas ou meses para garantir a recuperação e tratar possíveis complicações.

Esse procedimento requer um acompanhamento rigoroso e pode levar vários meses para que o paciente se recupere totalmente e o novo sistema imunológico funcione corretamente.

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