A ciência tem apresentado avanços importantes no tratamento da diabetes, condição que afeta mais de 16 milhões de brasileiros, segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF). Com o aumento global de casos, pesquisadores e instituições buscam alternativas que possam reduzir a mortalidade associada à doença e, futuramente, promover sua remissão ou cura.

Dados do Atlas do Diabetes de 2023 apontam que o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking global de incidência da doença, atrás apenas de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. O número de pessoas diagnosticadas cresceu 400% nas últimas três décadas. No país, cerca de 111 mil mortes por ano estão relacionadas à diabetes, o equivalente a uma a cada cinco minutos.

Países adotam políticas públicas para reduzir incidência

Experiências internacionais demonstram que políticas públicas podem impactar na redução da diabetes tipo 2. A Finlândia diminuiu em 30% o número de novos casos com ações em escolas. O Japão adotou educação alimentar e a Suécia reduziu o consumo de bebidas açucaradas com medidas fiscais.

Avanços incluem pâncreas artificial e edição genética

Entre as inovações científicas mais promissoras está o uso do pâncreas artificial, que ajusta automaticamente os níveis de glicose no sangue. Equipamentos como o sistema iLet, da Beta Bionics, já foram testados em pacientes com diabetes tipo 1.

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Outro avanço é o uso da tecnologia CRISPR para reprogramação genética de células do pâncreas. Empresas como a Vertex Pharmaceuticals já realizaram testes em humanos com células-tronco modificadas. No Brasil, estudos com células-tronco mesenquimais demonstraram regeneração de tecidos danificados.

Novos medicamentos mudam a abordagem do tratamento

Nos últimos anos, medicamentos inovadores têm ampliado as opções terapêuticas. Entre eles estão:

  • Teplizumab, aprovado nos EUA, que retarda o desenvolvimento da diabetes tipo 1;
  • Semaglutida, que auxilia no controle glicêmico e na perda de peso;
  • Inibidores de SGLT-2, que eliminam glicose pela urina e reduzem riscos cardiovasculares.

Tecnologia e prevenção caminham juntas

Durante o congresso ATTD 2025, foram apresentadas soluções como bombas de insulina recarregáveis, sensores de glicose sem prescrição e sistemas automatizados de liberação de insulina.

Além dos avanços tecnológicos, estudos como o “DiRECT”, no Reino Unido, apontam que a mudança de hábitos alimentares e o aumento da atividade física podem levar à remissão da diabetes tipo 2 em até 60% dos casos.

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Especialistas avaliam possibilidades futuras

Pesquisadores apontam que a cura da diabetes tipo 1 pode ser viável até 2030 com terapias genéticas. Já a redução da diabetes tipo 2 depende de medidas estruturais como o controle de alimentos ultraprocessados e o incentivo à alimentação saudável.

No Brasil, iniciativas como o projeto “Diabetes Zero”, que integra ações preventivas no SUS, seguem modelos bem-sucedidos adotados em outros países.

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