O panetone é considerado presença garantida por muitas famílias brasileiras nas ceias de Natal. Contudo, nem todas as versões têm o mesmo efeito sobre a saúde. Por trás de recheios com frutas cristalizadas ou gotas de chocolate, existem diferenças importantes na quantidade de açúcar, gordura e no grau de processamento. 

Por isso, é importante ficar atento nesses fatores que determinam se a escolha é mais equilibrada ou não. Especialistas alertam que, na hora de escolher o panetone para a comemoração, o sabor não deve ser o principal critério, mas sim o conjunto de ingredientes utilizados na produção do alimento.

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Como avaliar os rótulos?

Segundo os especialistas, para identificar os produtos mais saudáveis, é essencial ler atentamente o rótulo na hora da compra. O açúcar deve aparecer mais abaixo na lista de ingredientes e é recomendável evitar produtos que contenham xarope de glicose, glucose-frutose ou açúcar como primeiro ou segundo item. De acordo com os nutricionistas, panetones já contêm naturalmente grande quantidade de carboidratos simples, o que influencia diretamente o índice glicêmico do alimento.

Além disso, o tipo de gordura também é determinante. Opções feitas com manteiga, óleo de girassol, óleo de canola ou óleo de coco são mais saudáveis, enquanto produtos com gordura vegetal hidrogenada, margarina ou misturas de gorduras interesterificadas podem prejudicar digestão, colesterol e saúde cardiovascular.

Para os especialista, a lista de ingredientes utilizados na produção dos panetones deve ser curta. Segundo eles, muitas substâncias técnicas e aditivos indicam que o panetone é ultraprocessado, mesmo que anunciado como “premium” ou artesanal.

Panetones rotulados como integrais industrializados, por exemplo, costumam ter de dois a quatro gramas de fibras por porção, quantidade insuficiente para alterar o índice glicêmico de forma significativa. Já as calorias, embora variem pouco entre marcas, geralmente de 280 a 360 kcal por 80 gramas, não devem ser o único critério de escolha, já que os ingredientes têm mais impacto na qualidade nutricional.

Tradicional, chocotone ou artesanal?

Na comparação entre panetone tradicional e chocotone, o impacto nutricional depende do tipo de ingrediente. Frutas cristalizadas aumentam o teor de açúcar, enquanto o panetone tradicional tende a ter menos gordura. Já as gotas de chocolate elevam a quantidade de gordura, principalmente quando feitas com chocolate ao leite. De acordo com os nutricionistas, versões que utilizam frutas não cristalizadas ou chocolate amargo acima de 60% de cacau são mais equilibradas.

Além disso, panetones artesanais ou funcionais costumam ser mais saudáveis, pois contêm menos aditivos, menos açúcar, farinhas menos refinadas e frutas desidratadas em vez de cristalizadas. Algumas padarias conseguem inclusive aumentar o teor de fibras das receitas, tornando o produto ainda mais benéfico à saúde.

Diet e zero açúcar são mais saúdavel?

As versões diet e zero açúcar não garantem automaticamente menor impacto glicêmico ou menor caloria. Produtos diet podem continuar contendo açúcares naturais ou residuais, enquanto os zero açúcar, embora não recebam adição de açúcar refinado, ainda apresentam açúcares provenientes de ingredientes como lactose, frutose ou glicose da própria massa.

Além disso, essas versões costumam ter mais gordura para manter a textura e podem utilizar polióis como adoçantes, que não entram na contagem de açúcar, mas podem causar desconforto intestinal. Outras variações, como integral, sem glúten, sem lactose ou vegano, também nem sempre são mais saudáveis.

Panetones integrais industrializados oferecem pouca fibra. Já produtos sem glúten ou sem lactose podem ter mais açúcar e gordura para compensar a textura. As opções veganas só são realmente equilibradas quando feitas com ingredientes naturais, já que também podem ser ultraprocessadas. Essas alternativas fazem sentido principalmente para quem possui restrições clínicas.

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Como incluir o panetone na dieta?

Para consumir panetone sem comprometer a saúde, nutricionistas recomendam limitar a porção a 60 a 80 gramas, até duas vezes por semana, e ingerir o alimento após refeições que contenham proteína e fibra, o que ajuda a reduzir o pico glicêmico.

Já para pessoas diabéticas, as versões zero açúcar com adoçantes naturais, como stevia, eritritol ou xilitol, são as mais indicadas pelos especialistas, desde que observados os valores de gordura e calorias.

Qual a melhor escolha?

Levando em conta todos os fatores de composição, açúcar, gordura, processamento e fibras, os panetones mais equilibrados são os artesanais ou funcionais, feitos com ingredientes naturais, pouco açúcar e lista curta de aditivos, que ainda podem ter maior teor de fibras.

Em seguida vêm os tradicionais com frutas, principalmente quando não são cristalizadas, e os chocotones simples com chocolate amargo acima de 60% de cacau. Panetones zero açúcar aparecem em quarto lugar, úteis para controlar a glicemia, mas nem sempre baixos em calorias.

Por fim, as versões trufadas, recheadas, cobertas ou “premium” ultraprocessadas ocupam a última posição nesse ranking, por apresentarem maior teor de açúcar, gordura, aditivos e calorias.

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