Os relatos diários de pessoas que tiveram seus celulares furtados ou roubados são motivo de preocupação para cidadãos espalhados por todo o país. Com o aparelho em mãos, os criminosos podem acessar contas bancárias, redes sociais, efetuar transações financeiras e roubar dados pessoais, causando sérios prejuízos à vítima.

Então, o que é possível fazer para proteger o conteúdo do celular em caso de roubo ou furto? Segundo os especialistas ouvidos pela reportagem, algumas ações são fundamentais para tentar evitar danos maiores do que o inicial, que é a perda do telefone. “Se seu celular foi furtado, roubado ou você o perdeu, a primeira coisa que deve ser feita é ligar para a sua operadora, informar o que aconteceu e pedir o bloqueio do seu chip. Você também deve passar o IMEI do seu celular e pedir o bloqueio do aparelho”, afirma Raphael Tedesco, gerente de alianças em cibersegurança da NSFOCUS naAmérica Latina.

O IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel, em português) é o número de identificação do seu telefone. Ele é único e pode ser encontrado na caixa original do celular. Também é possível descobrir qual o IMEI do seu aparelho ao acessar as configurações do dispositivo ou ao digitar o código *#06# no teclado do telefone como se estivesse fazendo uma ligação. O número aparecerá na tela.

Para Thiago Bordini, chefe de inteligência cibernética da Axur, empresa de segurança digital, o passo seguinte deve ser trocar sua senha de acesso do ID do Google ou da Apple. “É necessário trocar as senhas, principalmente, dos e-mails e das contas da Apple, para Iphones, ou do Google, para Android, para evitar que os criminosos realizem alterações de senhas ou de configurações do celular e dos aplicativos instalados no aparelho”, diz Bordini.

Também é possível bloquear ou apagar os dados do celular de forma remota por meio dos sites android.com/find ou icloud.com. Outra providência importante a ser tomada é entrar em contato com o banco do qual é cliente, informar que teve seu aparelho furtado ou roubado e solicitar imediatamente o bloqueio do seu aplicativo e de seus cartões para evitar que os criminosos efetuem transações ou compras em seu nome.

Bordini indica ainda que as ações para bloqueio do chip, celular e das contas devem ser realizadas o mais rápido possível. “Essas atitudes precisam ser tomadas o mais rápido que a pessoa puder. Talvez em dez ou quinze minutos. Não é possível demorar muito porque pode ser tarde demais. Além disso, é importante registrar um boletim de ocorrência porque será ele quem vai te resguardar de problemas futuros, de repente uma cobrança indevida, de um bem contratado em seu nome. Com o B.O. você consegue provar que foi furtado, que não foi você quem fez aquilo”, diz o chefe de inteligência cibernética da Axur.

PREVENÇÃO

Os especialistas apontam ainda que existem medidas simples que ajudam a evitar que os criminosos consigam usar os celulares como ferramentas para obter dinheiro ou dados das vítimas. Tanto Tedesco quando Bordini não aconselham os usuários a deixarem cadastrado o próprio número para receber SMS como fator secundário para autenticação de contas.

“Você pode manter um celular extra que tenha o mesmo sistema operacional do que você usa diariamente. Pode ser aquele aparelho mais antigo, que você não usa mais. Em vez de vendê-lo, deixe-o guardado com um chip apenas para fazer essas autenticações por SMS de contas e-mails, token de criptomoedas. Assim, se o criminoso tentar redefinir alguma senha, a mensagem chegará em outro celular e ele não vai conseguir atingir seu objetivo”, afirma Tedesco.

Bordini afirma que é possível utilizar aplicativos que criam um número de telefone virtual para realizar essa autenticação em dois fatores. “Você pode usar o número virtual gerado pelos aplicativos apenas para autenticação de contas de e-mail, redes sociais, WhatsApp. Assim, se você tiver o celular roubado, você pode ter acesso a esse aplicativo e evitar que a mensagem de SMS chegue à pessoa que está em posse do seu celular”, diz o especialista.

OUTRAS DICAS

* Atualize o software e os aplicativos do celular com frequência

* Utilize senhas complexas que misturem letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos

* Não deixe senhas anotadas em aplicativos do aparelho

* Evite baixar aplicativos que serão pouco utilizados, mas que dão acesso a informações importantes como contas de investimentos

* Não armazene imagensde cartões bancários

* Evite a utilização de recursos que completem senhas

Os especialistas apontam ainda que existem medidas simples que ajudam a evitar que os criminosos consigam usar os celulares como ferramentas para obter dinheiro ou dados das vítimas. Foto:

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