Durante a pandemia da Covid-19, novos hábitos começaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, principalmente no que diz respeito ao consumo da tecnologia. Com a facilidade de ter tudo na palma da mão por meio dos smartphones, os bancos digitais ganharam força frente às instituições financeiras tradicionais. Sem burocracias, tarifas quase zero e facilidade de crédito, eles continuam atraindo cada vez mais pessoas.

Um levantamento realizado pela UBS Evidence Lab apontou que no ano de 2020, pela primeira vez, a parcela de downloads de aplicativos de bancos digitais que já somavam, na época 52%, ultrapassaram a de instituições tradicionais que tinham 48% de downloads. Mesmo com todas as facilidades, é preciso estar atento para não correr riscos e proteger seu dinheiro, alertam os especialistas.

“Hoje, qualquer pessoa a partir dos 18 anos pode abrir uma conta digital. Porém, antes de tudo, a pessoa que esteja interessada em abrir uma deve pesquisar e confirmar se o banco escolhido está verificado pelo Banco Central do Brasil (BCB) e assim, evitar cair em uma cilada”, afirma o economista e conselheiro no Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP), Luís Carlos da Silva.

Segundo ele, assim como ocorre em bancos tradicionais, um dos principais erros que pode contribuir para uma péssima relação com os bancos digitais é não ler as cláusulas contratuais. “As facilidades são inúmeras, e as pessoas, muitas vezes, não leem o contrato de prestação dos serviços. É necessário que ambos estejam cientes de suas obrigações para manter essa boa relação”, alerta.

Outra dica para evitar problemas com a situação financeira é escolher apenas um banco para aderir os serviços. “Não é recomendado que a pessoa abra várias contas, somente porque é fácil e rápido. Vale lembrar que é preciso honrar os gastos, mesmo que esses sejam em taxas menores. Ao abrir diversas contas pode ocorrer que essas pequenas taxas se transformem em um valor bem significativo quando somados”, diz o economista.

Em todo processo a relação deve ser recíproca, e como cliente, deve-se tomar ainda o cuidado para não comprometer mais de 30% da renda com as dívidas. “Os bancos digitais vieram para ficar e são sim uma boa opção, pois da mesma forma que ocorre nas agências físicas, tem sempre alguém por trás da tela gerenciando, investido e aplicando seu dinheiro para ter rentabilidade. Só é necessário ter cautela e saber gerir diariamente sua conta”, afirma o conselheiro do Corecon-PA/AP.

OS PRINCIPAIS BANCOS DIGITAIS

Nubank

A NuConta, conta corrente do Nubank, não tem taxa de manutenção nem cobra taxas de transferências para outros bancos. Além disso, o valor deixado na conta corrente possui um rendimento automático. Há dois caminhos para transferir dinheiro para a sua NuConta: TED (Transferência Eletrônica Disponível) ou gerando boleto pelo aplicativo para ser pago em qualquer banco ou lotérica.

Inter

O Inter, antigo Banco Intermedium, é um dos primeiros bancos digitais do Brasil. Ele não tem tarifas de manutenção e não cobra nada pelos saques ou pelas transferências. Além da TED, o banco oferece pagamento por meio de QR Code. Ou seja, dá para gerar boletos e fazer depósitos de cheques por meio de imagem.

Neon

A Neon é uma conta digital. Ela também não cobra mensalidade ou anuidade. Mas é possível que você tenha que pagar por serviços. Isso porque apenas o primeiro saque, a primeira transferência e o primeiro depósito por boleto de cada mês é grátis. Se for preciso fazer mais saques e TEDs, por exemplo, será cobrada uma taxa.

Original

O banco Original oferece algumas opções de conta. Um dos maiores diferenciais da instituição é seu programa de cashback. Você acumula pontos pelas compras realizadas no cartão, que serão convertidos em crédito em conta no mês seguinte.

Agibank

Assim como os bancos acima, você abre sua conta de graça. Seu diferencial é ter investimentos em CDB (Certificado de Depósito Bancário), consórcios, seguros e empréstimos. Também é possível optar por receber seu salário na conta.

Foto: Reprodução

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