Curiosa e desconfortável de se ver: a prática de passar saliva nos olhos (ou nas pálpebras) sempre vai render conversa nas reuniões sociais. Quem aqui não lembra, por exemplo, da cena do árbitro que apitou o clássico Remo e Paysandu na última quarta-feira (29) lá no Mangueirão?

Entrando em campo a passos firmes, Dyorgines José Padovani de Andrade foi flagrado pelas câmeras lambendo os dedos e, em seguida, passando-os nas pálpebras diversas vezes. Ritual ou não, a atitude parece ter repercutido ainda mais do que o resultado no final daquela noite.

A atitude do árbitro, contudo, levantou um válido questionamento: a saliva pode substituir a lágrima para lubrificar os olhos?

Em entrevista à revista Super Interessante, de 2016, eis a resposta: não, não pode. Na explicação do oftalmologista Newton Kara José Jr., à época do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, a saliva não serve como lubrificante para os olhos.

Enquanto a lágrima possui as substâncias corretas para hidratar o olho, como “eletrólitos, lipídios, mucina e imunoglobulinas”, a saliva é tão inadequada, dada a sua acidez, que pode irritar os olhos. Em resumo, cada um no seu quadrado. A lágrima cumprindo seu papel para hidratar os olhos e a saliva com a composição correta para a boca.

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