Com esforços contínuos de pesquisa e conscientização, os cientistas esperam garantir o futuro para alguns animais em terra, água ou ar, cuja presença é fundamental para garantir a saúde e o equilíbrio ecológico nos diversos ecossistemas ao redor do mundo. E foi por meio de muitos estudos que pesquisadores se depararam com uma descoberta inusitada.

Pesquisadores do Projeto Tatu-Canastra fizeram uma nova descoberta no início de outubro: eles capturaram o maior macho da espécie já registrado durante uma expedição no Pantanal sul-mato-grossense. Batizado de Wolfgang, o animal chamou atenção não apenas por seu tamanho, mas também por um detalhe curioso relacionado à sua biologia.

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Com 160 centímetros de comprimento e 36 quilos, Wolfgang se tornou o maior tatu-canastra (Priodontes maximus) já capturado pelo projeto, que teve início em 2010 na Fazenda Baía das Pedras, localizada no Pantanal do Mato Grosso do Sul. O objetivo da iniciativa é estudar a ecologia, biologia, saúde e comportamento dessa espécie, que é exclusiva da América do Sul e vive em biomas como o Pantanal, Amazônia, Cerrado e fragmentos da Mata Atlântica.

O Projeto Tatu-Canastra, conduzido pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), utiliza técnicas como armadilhas fotográficas, rádios transmissores e coleta de material biológico para monitorar a espécie, que está ameaçada de extinção.

A captura de Wolfgang representa um passo importante na compreensão dos aspectos reprodutivos desses animais, cuja população é difícil de ser estudada devido à baixa densidade e hábitos noturnos.

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Além de ser o maior tatu-canastra já registrado, Wolfgang chamou a atenção dos cientistas por outra característica: seu órgão reprodutor. O animal possui um pênis de 33 centímetros, um valor acima da média para a espécie, que já é conhecida por ter um dos maiores órgãos reprodutivos entre os mamíferos terrestres em relação ao tamanho do corpo.

"Um tatu-canastra adulto tem um pênis em média de 30 centímetros, o que já o coloca entre os maiores do reino animal", explicou um representante do ICAS em entrevista a CNN Brasil. 

Espécie essencial para o ecossistema

Os tatus-canastra desempenham um papel crucial na manutenção dos ecossistemas em que vivem. Suas poderosas garras permitem cavar tocas de até cinco metros de profundidade, que são posteriormente reutilizadas por mais de 100 espécies de vertebrados. Essa característica confere ao tatu-canastra o título de "engenheiro do ecossistema".

Entretanto, a espécie enfrenta graves ameaças, principalmente devido à destruição de habitats naturais. Com uma gestação de cinco meses e a capacidade de gerar apenas um filhote a cada três a quatro anos, sua recuperação populacional é lenta, o que agrava o risco de extinção.

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