Quando se fala em múmias egípcias, logo pensamos nas descobertas arqueológicas de restos mortais de pessoas bem preservadas. No entanto, muitos podem se surpreender ao descobrirem que os antigos egípcios, por exemplo, não preservam apenas as pessoas, como também aos animais — pelos mais diferentes motivos.
Em setembro deste ano, um artigo publicado no Digital Applications in Archaeology and Cultural Heritage deu mais detalhes sobre um crocodilo que foi mumificado — inclusive sobre sua última refeição, há cerca de 3 mil anos.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram a múmia de um crocodilo que faz parte da coleção do Birmingham Museum and Art Gallery, do Reino Unido. O animal mede 2,23 metros de comprimento.
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A grande múmia do crocodilo foi levada pelos pesquisadores da Universidade de Manchester para o Royal Manchester Children's Hospital, onde passou por uma série de estudos radiográficos. Assim, os pesquisadores conseguiram confirmar que o trato digestivo do animal estava cheio de pequenas pedras conhecidas como "gastrólitos".
Sabe-se que os crocodilos frequentemente engolem pequenas pedras que ajudam não só na digestão de alimentos como também a regular sua flutuabilidade.
A presença dos gastrólitos sugere que os embalsamadores não realizaram a evisceração do animal, ou seja, o processo de remoção dos órgãos internos para retardar a putrefação.
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No meio das pedras, os pesquisadores notaram a presença de uma espécie de anzol de metal e um peixe. A pesquisa aponta que os grandes crocodilos mumificados eram capturados na natureza usando anzóis iscados com peixes.
A técnica já havia sido citada pelo historiador grego Heródoto, que visitou o Egito no século 5 a.C. e relatou que porcos eram espancados nas margens do rio para atrair os crocodilos — que por sua vez eram capturados em anzóis iscados colocados no Nilo.