O arquipélago de Bermudas sempre intrigou cientistas por manter-se elevado no oceano mesmo sem atividade vulcânica há três décadas de milhões de anos. Agora, pesquisadores americanos revelaram o segredo geológico que sustenta essas ilhas no Atlântico Norte.
Cientistas da Universidade de Yale identificaram uma formação rochosa nunca vista antes no planeta Terra. A pesquisa, publicada na revista Geophysical Research Letters, revela uma camada extra de rocha com 20 quilômetros de espessura.
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Esta estrutura fica localizada entre a crosta oceânica e o manto terrestre, uma posição que desafia o padrão geológico conhecido.
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"Normalmente, você tem a base da crosta oceânica e depois espera encontrar o manto. Mas em Bermudas existe essa outra camada dentro da placa tectônica", explica William Frazer, autor principal do estudo.
Método revela segredos do subsolo marinho
A equipe analisou ondas sísmicas de terremotos importantes registrados em várias partes do mundo. Esta técnica permitiu criar imagens das rochas localizadas 50 quilômetros abaixo do arquipélago.
Os resultados mostraram características únicas da camada descoberta:
- Espessura excepcional de 20 quilômetros;
- Densidade menor que os materiais circundantes;
- Composição diferente da crosta oceânica padrão.
Restos de vulcanismo antigo explicam o fenômeno
Os pesquisadores acreditam que a camada misteriosa seja um remanescente da última fase vulcânica da região. O material teria se solidificado como uma base geológica permanente que mantém Bermudas elevada.
"Ainda existe material dos tempos de vulcanismo ativo sob as Bermudas, que ajuda a sustentá-las como área de alto relevo no Oceano Atlântico", afirma a geóloga Sarah Mazza.
Próximos passos da pesquisa
Agora a equipe pretende investigar outras ilhas oceânicas ao redor do globo. O objetivo é determinar se Bermudas possui uma característica única ou se existem formações similares em outros locais.
Segundo Frazer, compreender estes processos geológicos ajuda a distinguir fenômenos comuns de eventos extremos na Terra. A pesquisa também contribui para o conhecimento sobre a formação de ilhas oceânicas e os processos geodinâmicos profundos do planeta.
